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Vestuário - TPP reforma comércio mundial-Parceria Trans-Pacífico (TPP)

 

Veículo: Textile Industry

Seção: Economia

O “made in China” poderá ser menos frequente nas lojas de vestuário dos Estados Unidos se o governo americano mantiver a sua linha de orientação no âmbito do novo acordo comercial que está a ser negociado entre 12 nações do Pacífico.

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TPP reforma comércio mundial

Washington pretende estabelecer um acordo, no âmbito da Parceria Trans-Pacífico (TPP), em que o Vietname poderá ganhar quota de mercado no vestuário, em detrimento da China e de outros não-membros.

Atualmente, graças a acordos comerciais regionais, metade das exportações norte-americanas de fios e têxteis vai para o sul da fronteira, onde a mão-de-obra barata confeciona roupas que na sua maior parte fazem o trajeto de volta para os compradores norte-americanos, com isenção de impostos. Muitos na indústria têxtil americana, avaliada em 57 mil milhões de dólares, receiam que o TPP, anunciado como o acordo comercial mais ambicioso do mundo, poderá destruir este modelo de negócio, que mantém mais de 1,5 milhões de postos de trabalho na região.

Um responsável governamental americano, que falou sob de anonimato, referiu que ferramentas como as regras de origem, que ditam a quantidade de conteúdo local que é necessária para ganhar o estatuto de isenção de taxas alfandegárias e os diferentes prazos para os cortes tarifários, poderão proteger os interesses regionais e ao mesmo tempo proporcionar valor ao Vietname. Os responsáveis norte-americanos familiarizados com as negociações estão confiantes que o Vietname poderá conquistar uma parte considerável da quota de mercado da China e de outros países, que não estão abrangidos pelas preferências comerciais.

O vestuário é uma prioridade para o Vietname, mas é apenas um dos muitos assuntos para os outros países, que podem procurar obter concessões noutras áreas, em troca de uma aliança com Washington ao nível dos produtos têxteis. Para além dos Estados Unidos e do Vietname, os outros países do TPP são a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Singapura.

Na prática, a diferença de tratamento entre os sectores, dependendo do seu impacto económico nos EUA, poderá significar uma espera alargada para os cortes tarifários no vestuário de algodão, como roupas íntimas e camisas de malha para homem, onde a América Central tem maior quota de mercado. Por outro lado, as tarifas sobre os produtos em que a China domina poderão ser cortadas rapidamente, dando uma vantagem ao Vietname.

O Vietname já aumentou as suas exportações com destino aos Estados Unidos em 38% desde 2010, mesmo com as tarifas a adicionarem até um terço aos custos. A simulação do Peterson Institute for International Economics prevê um novo aumento de 46% no total das exportações vietnamitas até 2025, e a queda das exportações do México, China e Índia.

Com base nos custos laborais por si só, os Estados Unidos e as empresas têxteis da América Central não são páreo para os rivais asiáticos, embora os padrões laborais e ambientais mais elevados, previstos pelo novo pacto, deverão aumentar os custos para o Vietname.

Ainda assim, as Américas têm a vantagem da proximidade: para o consumidor – cada vez mais importante para as cadeias de “fast fashion”, como Zara, H&M e Forever 21 - e para o algodão americano. Os benefícios são suficientemente substanciais para manter o investimento na indústria algodoeira dos EUA.

Alguns peritos sectoriais defendem que o acordo poderá originar mudanças ainda mais notórias no comércio global de têxteis e vestuário. A quota de mercado da China no mercado de vestuário dos EUA caiu abaixo dos 37% em meados de 2014 a partir de mais de 39% em 2010, enquanto o Vietname cresceu para mais de 10%. Julia Hughes, presidente da U.S. Fashion Industry Association, refere que o Vietname já é menos caro do que a China, com a isenção de taxas alfandegárias poderá possuir um intervalo adicional de 12% a 32%.



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