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Opas prevê 88 mil mortes por covid-19 no Brasil até agosto

Veículo: O Estado de S. Paulo

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, calcula que o Brasil tenha 88.300 mortes por covid-19 até o dia 4 de agosto. A diretora da Opas, Carissa Etienne, informou a previsão em coletiva nesta terça-feira, 26, segundo modelo da entidade para estimativa de cenários. Até esta segunda-feira, 25, 23.473 pessoas morreram pelo novo coronavírus no País, segundo dados do Ministério da Saúde.

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De acordo com a diretora, existe "um aumento exponencial" de óbitos diários no Brasil. A expectativa é de que, em 22 de junho, a média seja de 1.020 mortes por dia. "Este não é o momento de flexibilizar as restrições. É preciso permanecer forte, vigilante, e implementar as medidas com eficácia comprovada".

Etienne afirmou que “não há dúvidas” de que a América é o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus, e chamou a atenção para os Estados Unidos e para o Brasil, que vêm registrando os maiores números diários de novos casos da doença. Peru, Chile e México também foram citados pela diretora como exemplos de países que vivem um momento crítico no crescimento de infectados. 

[Cemitério de Vila Formosa na zona leste de São Paulo tem número elevado de sepultamentos pela covid]
Cemitério de Vila Formosa na zona leste de São Paulo tem número elevado de sepultamentos pela covid Foto: Felipe Rau|Estadão

Diretor do Programa de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal disse que o órgão está “muito preocupado” com a situação no Brasil. O médico fez a ressalva de que Peru e Chile registram uma taxa de incidência por habitantes maior do que a brasileira, mas destacou que é urgente aumentar a testagem de covid-19 no País.

"O Brasil precisa aumentar o número de testes. Atualmente, são cerca de três mil por milhão de habitantes. Em um País tão grande, de cidades povoadas como Rio e São Paulo, é de importância vital implementar medidas de mitigação, como aumentar os testes e tentar manter o distanciamento social. A situação não vai melhorar na próxima semana. Ainda há um longo caminho a percorrer", alertou Espinal.

Doenças não transmissíveis

Em seu discurso de abertura, Carissa Etienne pregou a necessidade de cuidar das doenças não transmissíveis, como câncer, hipertensão, diabetes e asma, pois "nunca se viu uma relação tão nefasta entre uma doença infecciosa e as não infecciosas". A diretora da Opas disse que, na América, cerca de uma a cada quatro pessoas faz parte do grupo de risco da covid-19. 

"Não podemos nos ater a uma falsa dicotomia. A atenção à populaçao com enfermidades respiratórias e cardiovasculares é fundamental neste momento. Esse desafio deve ser encarado pelos sistemas de saúde da nossa região, ou enfrentaremos uma epidemia paralela de mortes preveníveis", afirmou Etienne.



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