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A sustentabilidade está no topo das tendências da Indústria Têxtil e Vestuário

Veículo: Sebrae Inteligência Setorial

Entre agosto de 2018 e julho de 2019, houve um aumento de 49% dos produtos de moda descritos como “ecológicos”, assim como uma subida de 173% para os “reciclados”, de 25% para os que se assumem “conscientes” e de 70% para os “veganos”, segundo o estudo Sustainable Edit 2019.

A SUSTENTABILIDADE ESTÁ NO TOPO DAS TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIA TÊXTIL E VESTUÁRIO

A Edited, uma plataforma de análise para apoio aos retalhistas na tomada de decisão, conclui que, ao longo do último ano, houve um crescimento gradual das menções sustentáveis nos artigos de moda, nos EUA e Reino Unido, os produtos online com esta descrição sofreram uma subida de 125%, desde 2017.

Contudo, sublinha o estudo, a indicação de que um determinado item é sustentável não fornece ao consumidor muitas informações sobre o seu impacto no meio ambiente, comparativamente a outros com a mesma denominação.

Alternativas mais ecológicas

A sustentabilidade na indústria têxtil está também muito ligada ao cultivo de algodão, já que esta matéria-prima está incorporada em cerca de dois-terços de toda a produção de vestuário. Mais do que isso, é também uma das fibras que consome mais recursos e provoca mais emissões de carbono, o que tem impulsionado a procura por alternativas limpas e éticas.

O algodão orgânico parece ser a resposta mais imediata. Sem recorrer a químicos ou pesticidas, esta alternativa tem vindo a ser cada vez mais adotada pelas empresas da indústria têxtil e do vestuário. Neste momento, a gigante online Asos é aquela que acumula um maior número de produtos de algodão orgânico.

De acordo com o estudo, desde 2017, o número de produtos que contêm algodão nos EUA aumentou 83% e, no Reino Unido, 127%. “Os varejistas continuam a procurar opções inovadoras para o algodão, para um sortido mais ecológico”, declara Ashley Graham, analista da Edited. “O linho, por exemplo, foi um tecido essencial para a primavera-verão 2019 e tem credenciais ecológicas. E à medida que a legislação sobre a planta do cânhamo se torna mais flexível, o recurso ao cânhamo enquanto alterativa sustentável ao algodão está pronto para crescer significativamente”, acrescenta.

Também a produção de denim é conhecida pela intensidade de consumo de água e energia, constando, por isso, na lista de materiais a serem substituídos por alternativas mais ecológicas. A resposta mais comum está em tecidos reciclados ou reutilizados, que reduzem os químicos usados na produção de jeans e poupam água e energia. O estudo indica que, desde 2017, houve um aumento de 720% na quantidade de denim descrita como “reciclada”, nos EUA, e 377%, no Reino Unido.

Por seu turno, o liocel é uma fibra biodegradável, cujo processo de produção está inserido num ciclo fechado, que recorre a água reciclada, tornando-o uma alternativa sustentável e acessível relativamente ao algodão ou à viscose comum. Desde 2017, os EUA registaram uma subida de 36% dos produtos que contêm liocel, enquanto o Reino Unido se ficou pelos 12%.

Consumidores dispostos a pagar mais

“Muitas vezes há o estigma de que os produtos sustentáveis são demasiado caros”, diz o estudo, acrescentando que “alternativas éticas de tecido, bem como fatores como embalagem sustentável e a adaptação das cadeias de fornecimento terão influência no preço de artigos premium”.

Segundo a Edited, ao longo dos últimos anos, mais marcas dirigidas ao mercado de massas têm integrado elementos sustentáveis nas suas gamas para responder à procura do consumidor. “Pode demorar algum tempo até que as marcas estabeleçam o preço certo, tendo em conta aquilo que os consumidores estão dispostos a pagar”, informa o estudo. Contudo, a análise da evolução de preços no mercado americano de massas revela que há uma oferta cada vez maior, com diferentes opções de valor.

O estudo sugere que agora os preços estão ao mesmo nível ou mais baixos do que aqueles apresentados em 2017. E os consumidores parecem estar cada vez mais abertos a pagar mais por um produto sustentável. Contudo, a Edited confirma que o “preço não é o único fator decisivo para os consumidores”, também lhes interessa que esteja na moda. “As marcas dirigidas ao mercado de massas que querem competir neste espaço precisam de criar um equilíbrio, vendendo produtos que estão na moda e são sustentáveis”, conclui o estudo.



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