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Ibovespa fecha acima de 106 mil pontos pela primeira vez

Veículo: Folha de S. Paulo

Exterior positivo e expectativa de juros mais baixos ofuscam crise no PSL e protestos na América Latina

SÃO PAULO Apesar da crise no PSL e dos protestos na América Latina, a Bolsa brasileira acompanhou o otimismo dos índices americanos e bateu o recorde nominal histórico. Com a expectativa de juros mais baixos e uma melhora na relação entre China e EUA, o Ibovespa fechou acima dos 106 mil pontos pela primeira vez na história nesta segunda (21), alta de 1,23%.

O boletim Focus do BC desta segunda trouxe expectativa ainda menor para a Selic neste ano. O mercado espera que a Selic feche 2019 a 4,50%, ante os 4,75% esperados antes.

Agora, a projeção geral se alinha à do Top-5, grupo que mais acerta as previsões, que já havia feito esse movimento no levantamento anterior.

Para 2020, permanece a projeção de Selic a 4,75% no agregado, mas o Top-5 reduziu o cenário a 4,25%, de 4,50%.

A Selic foi reduzida em setembro em 0,50 ponto percentual, para 5,50% ao ano, nova mínima histórica, com o BC indicando de forma explícita novo alívio monetário.

Enquanto juros mais baixos beneficiam a Bolsa, eles levam o real a se desvalorizar contra o dólar em um movimento conhecido como carry tarde — prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e do juro.

Os cortes na Selic diminuíram a diferença entre juros brasileiros e os dos EUA, que estão no menor patamar da história. Assim, o investimento em juros no Brasil fica menos atrativo e há retirada de dólares, o que eleva a cotação.

Além disso, o real foi pressionado pela desvalorização do peso chileno, que contaminou moedas latinas. No Brasil, o dólar fechou cotado a R$ 4,132, alta de 0,3%.

Com a onda de protestos no Chile, a Bolsa de valores de Santiago fechou mais cedo, às 14h (de Brasília), em queda de 4,6%, no menor patamar desde 10 de setembro. O desempenho diário é o pior desde 20 de novembro de 2017, quando o índice caiu 5,86% após o primeiro turno das eleições presidenciais. O dólar teve alta de 1,96%, a 725,77 pesos chilenos.

No Brasil, a Bolsa superou o recorde de 105.817 pontos, do dia 10 de julho, marcado pela aprovação da reforma da Previdência na Câmara. O Ibovespa foi a 106.022 pontos, alta de 1,23%. Desta vez, o mercado espera a votação da reforma da Previdência em segundo turno no plenário do Senado.

A percepção de investidores é que a crise no partido do presidente não afeta, por enquanto, a articulação política e a condução das reformas.

Houve também o vencimento de opções de ações que movimentaram cerca de R$ 6 bilhões —o volume negociado foi de R$ 18,8 bilhões.

O destaque da sessão foi a Yduqs, novo nome da Estácio, que bateu a máxima histórica após adquirir o grupo americano Adtalem, responsável pela faculdade de negócios Ibmec. As ações da Yduqs subiram 4,36%, R$ 40.



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