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MBI “Moda 4.0” em sintonia com a Quarta Revolução Industrial

Veículo: Heloisa Tolipan

O SENAI CETIQT está profundamente em sinergia com a modernização no cotidiano do setor têxtil e de confecção. Diante da quarta Revolução Industrial, realidade que já bate à porta, compreender o papel das máquinas, assim como o das inovações que elas promovem, é essencial para entender as novas tendências e formas de comportamento. Mais do que qualquer outro fator, o profissional da moda precisa buscar conhecimento e saber reconhecer as transformações que a sociedade vem sofrendo. Alinhando essa visão com inovação tecnológica, forte característica da instituição, e com foco na indústria 4.0, o SENAI CETIQT apresenta a Pós-Graduação Especialização Master In Business Innovation (MBI) em Moda 4.0. Voltado paras os mais diversos campos de atuação, desde designers até desenvolvedores de software e gestores de produtos e marketing, o curso foi pensado em formar um criativo analítico, capaz de usar dados para tomada de decisões assertivas em empresas. Ou seja: a partir do curso, ele estará apto a questionar, analisar e encomendar dados para o desenvolvimento de uma coleção baseada em números e não apenas em pesquisa de tendências.

Você já pode cadastrar o seu interesse no site do SENAI CETIQT para o MBI. São cursos que você pode fazer em qualquer lugar do país (e até do mundo) com um total de sete encontros presenciais: no Rio de Janeiro e em São Paulo. É um ambiente maravilhoso, incrível. Todo 4.0. E o que vai ser uma quebra de paradigmas. Foram idealizados sete módulos que irão focar no uso de inovações para a criação de produtos personalizados, abordando também questões de percepção dos novos tipos de consumidores e suas exigências. As aulas serão ministradas à distância (EAD) em um mix com os encontros presenciais. O curso de MBI está estruturado em sete eixos e tem duração de seis meses, com sete imersões em temas essenciais à absorção do entendimento dos principais conceitos relacionados à Moda na Nova Revolução Industrial, como: wearables, internet das coisas, inteligência artificial, big data, branding 4.0, realidade aumentada e omnichannel, dentre outros. Os alunos, ao absorverem os conceitos relativos à Quarta Revolução Industrial, estarão instrumentalizados a conceber produtos de forma alinhada às novas necessidades do mercado da moda.

“A gente quer selecionar os primeiros profissionais do mercado da moda 4.0. Buscamos profissionais que tenham um olhar para o futuro, com perspectiva de mudar. Essa pós formará pessoas capazes de compreender a moda de forma disruptiva, provocando uma mudança na forma de conceber produtos. O foco é mudar o mindset de todos os profissionais da área de moda, da criatividade até a produção final. Os conceitos de inovação e tecnologia permeiam todo o curso, que se utilizará da gameficação como estratégia lúdica de aprendizagem. O objetivo é desenvolver a mentalidade startup para aplicabilidade na indústria, de forma a gerir uma produção mais enxuta e ágil”, enfatiza Melissa Silva, responsável em desenvolvimento de pós-graduações em Moda do SENAI CETIQT.

O estilista Akihito Hira, professor e curador do curso, apontou a importância de falar sobre a moda 4.0 em um avançado estágio de evolução tecnológica. Segundo ele, a possibilidade de automação, personalização e customização dos produtos são as principais características dessa nova revolução: “É um MBI destinado para designers de moda, de estampas, profissionais que são da área de gestão de produto de moda também podem fazer essa pós-graduação. E até mesmo desenvolvedores de software. A gente até pode ficar surpreso. “Ah, um desenvolvedor de software, o que isso tem a ver com Moda 4.0”? Na verdade, a gente pensa muito nos sistemas que auxiliam no processo de automação, tomadas de decisão, toda essa parte de computação em nuvem, que envolve conceitos de Moda 4.0”.

O primeiro módulo do MBI, intitulado “Visão do Futuro: Panorama de Indústria da Moda”, irá enfatizar a necessidade do conhecimento para a sobrevivência no mercado de trabalho. Os papéis tradicionais se inverteram e o conceito de personalização transformou o consumidor em autoral. Hoje, ele não é mais apenas o destino final do produto, ele participa do processo e toma decisões. As competências vão mudar e, justamente essa pós-graduação vem com esse olhar, com essa ideia de transformação desse profissional de moda.

“Não é mais a indústria que empurra uma tendência. Não vai dar para a gente ir para a Europa só pesquisar tendências. A gente vai ter que entender o comportamento do consumo e alinhar essas pesquisas. O estilista não vai ser mais aquele que vai definir o que o consumidor vai querer. Vai ser o oposto. O estilista vai fazer dez golas de um modelo, dez botões, cinco mangas e cinco shapes. Eu vou chegar com um cardápio de opções e vou fazer um link para a minha camisa. Eu não quero a gola assim, quero a gola clássica. Não quero seis botões, quero três botões”, destaca Melissa.

Akihito complementou frisando o caráter multidisciplinar que as profissões terão em paralelo com o avanço da inteligência artificial. Dessa forma, a coleta de dados referentes aos consumidores, permitirá que a marca trabalhe em uma coleção específica pautada nos seus gostos e desejos: “De repente, pode ser tudo robotizado por meio de inteligência artificial. A gente entende muito da questão de colorimetria, por exemplo. A gente estuda cor de olhos, cor de cabelos e tom de pele para saber qual é a cor mais adequada para você. E, dependendo do seu biótipo, qual a forma mais adequada em termos de roupa. Acho que isso a gente consegue também programar, criar por meio de algoritmos uma inteligência artificial que possa sugerir a você que aquele tipo de roupa que você escolheu não vai te favorecer”.

“Aí entra big data, que é a união de muitos dados. Mas o que eu faço com esses dados? E como eu interpreto esses dados para desenvolver a minha coleção? Isso a gente também vai trabalhar nessa pós. O designer, o modelista, o designer de estampa interpretando dados para a tomada de decisão”, disse Melissa.

Em sua segunda imersão, que acontecerá no Fashion Lab do SENAI CETIQT, o curso irá promover um questionamento sobre a incorporação de bandeiras na moda, os novos tempos, a diversidade e a inclusão de grupos periféricos. De acordo com Akihito, uma das principais características do profissional da moda 4.0 é a percepção de que o mundo mudou e que as pessoas querem ser representadas. Não há mais como ignorar essa transformação e o futuro é permeado pela inclusão. “Percebemos, quando fazemos pesquisas junto aos consumidores, que o consumo está muito mais inclusivo que exclusivo. A gente pensa muito nos grupos periféricos e nas diversidades. E a gente vê esses movimentos atuais na moda”.

“O futuro não é mais uma bandeira, um pedacinho. A empresa precisa absorver essas questões com naturalidade. Não é esse o diferencial dela. Sem levantar bandeiras, porque é natural. Esses novos modelos em campanhas, que hoje vêm para dar um grito, isso vai se tornar uma coisa natural. Aliás, acabou a era só de modelos louras, magras e altas. A mudança já é tácita e o público quer se ver representado em totum. Se não tiver um pouco de tudo, a marca já está fora. Ela vai ser apagada no mercado. Essa nova garotada é muito mais social, preocupada com causas ambientais, além de estar totalmente inserida nas múltiplas plataformas de compra de produtos”, pontua Melissa.

O terceiro módulo entrará de cabeça na tecnologia, mostrando aos alunos o que há de mais novo em tecnologia em prol do design. O diferencial fica por conta do Biodesign, responsável por transformar materiais biológicos em produtos. Sempre em sinergia com a criatividade, o objetivo é criar projetos que unam inovação e sustentabilidade. Portanto, o módulo abordará  Bio Design: Estratégia na Ressignificação de Produtos de Moda.

“A gente vai estudar, dentro dessa imersão, toda a parte de economia circular, ou design circular, e também o biodesign (biologia no design), em que entra o biohacking, parte em que entra aquele estudo das bactérias para a criação de estampas de uma maneira sustentável, sem agredir o meio ambiente. É como se fosse um mimetismo, de pegar elementos da biologia e transformá-los em algum produto. Desde uma estampa, a construção de um tecido ou de uma fibra. É entender essas novas alternativas em construção de materiais e até mesmo de matéria-prima. Essa terceira imersão é voltada para a sustentabilidade. Por isso entra também a parte de economia circular. Porque o produto, além do propósito, tem que ter um ciclo de vida que seja circular. Ele é produzido, consumido e, depois, ele vai ter que voltar para essa cadeia novamente”, explica Akihito.

Robot is working with touchscreen

“A gente quer mostrar aqui que essa galera do futuro só compra de for um produto de modo circular, se tiver pegada sustentável. A gente dá as ferramentas de ideias. O IST (Instituto de Tecnologia Têxtil)  é um dos maiores laboratórios têxteis da América Latina. Aqui acontecem os maiores ensaios. O mundo inteiro, não só o Brasil, faz pesquisas no IST para desenvolver novos materiais têxteis. Por exemplo: desde restos têxteis, que é o tradicional, a “o que eu faço com favo de mel? Eu tenho uma ideia incrível, vamos mandar para lá e pedir para eles desenvolverem uma inovação têxtil com favo de mel?” Casca de abacaxi, tem a casca do açaí, casca de banana. Eles têm várias pesquisas já de comprovação para desenvolver fios têxteis através da natureza”, frisa Melissa.

No ponto auge da pós-graduação, intitulado “Tecnologias disruptivas para moda: wearables, impressão 3D e sistemas de informação/automação”, os alunos poderão participar de uma feira tecnológica para a moda, onde terão contato com a implementação de softwares, aplicativos, sistemas, maquinários e robôs na confecção. O intuito é desenvolver projetos escaláveis e de baixo custo. “Ele vai, por exemplo, capturar na tela do computador a sua face e verificar se aquele produto que você está visualizando te agradou ou não. Através de um levantar de sobrancelha ou de um sorriso, a inteligência artificial, com a ajuda dos algoritmos, irá verificar se aquele produto foi aceito ou não em uma vitrine”, destaca Akihito.

Segundo Melissa Silva, no Fashion Lab do SENAI CETIQT “contamos com um software de gerenciamento industrial. Lá, em vez de eu mudar a minha célula toda de maquinário, eu faço a perspectiva dentro desse software. E ele calcula se eu ganho tempo ou não com esse novo layout. Ah, gostei, concordo, fiz a prototipagem online aqui, eu aplico. Já existem soluções e as pessoas não sabem. Ou técnicas mais tradicionais das quais a gente já tem o conhecimento, mas muitas vezes as empresas não sabem. Tem Audaces 360, com soluções para modelagem. A Lectra também tem essas soluções para desenvolvimento de produtos. A gente vai trazer tudo que tem de diferente, bacana de inovação da moda”. Estão abertas, por exemplo, as inscrições para o Programa de Imersão em Design 3D, uma iniciativa do SENAI CETIQT com a Stratasys, marca líder no mercado de tecnologia de impressão 3D. O Programa tem o objetivo de promover o uso de tecnologias de manufatura aditiva pela indústria da moda, a partir de um modelo de produção alinhado às tendências de personalização, autoridade e responsabilidade socioeconômica do mercado atual.

É interessante frisar que os participantes poderão acumular fashioncoins, um tipo de bitcoin, à medida que irão participando das imersões. Essas moedas poderão ser trocadas por mentorias que os auxiliarão no desenvolvimento dos seus projetos.

A quinta imersão, Branding 4.0: Experiência do Consumidor e as tecnologias aplicadas no Omnichannel focará nos diversos canais de venda que podem ser utilizados como forma de atingir os consumidores. Em tempos globalizados, é importante que o aluno saiba como apresentar o seu produto para a sociedade, sempre diversificando as formas de compra, através de lojas físicas e virtuais. Segundo Melissa Silva, o consumidor não quer ter dificuldades na hora da compra, vantagem proporcionada pela interação entre os canais. O SENAI CETIQT irá oferecer ainda uma visita à sede da Associação Brasileira de Automação, GS1 Brasil, localizada em São Paulo e responsável por normalizar o código de barras mundial. “A gente quer que esse aluno conheça a GS1, que é a Associação de Automação. Ela tem 35 anos no Brasil, internacional, com sede em Portugal. Queremos propor momentos de imersão dentro de um prédio todo inovador. É uma experiência de tecnologia incrível”.

O sexto módulo irá prepara o profissional para a elaboração do seu projeto de conclusão. Projetos ágeis e enxutos: mentalidade de startup no desenvolvimento de projetos inovadores. Todo o aprendizado, acumulado ao longo dos oito meses, assim como as experiências adquiridas, servirão como base para a montagem desse trabalho. Além disso, os alunos serão introduzidos a noções de Direito e questões ligadas à moda 4.0. O objetivo é prepará-los para possíveis dúvidas e desafios, referentes aos procedimentos legais, que podem surgir no dia a dia. “Como vai ser a interpretação do direito? Quem é o criador? É um criador ou um co-criador? O direito também vai ter que ter essas particularidades. A estampa, se eu crio a estampa, quem é o dono? Sou eu, o designer ou a marca? A gente vai discutir isso. É um momento de muita conversa, não existem leis pragmáticas para a moda, é tudo interpretativo. Quem tem o direito? O consumidor, o designer, a marca? A gente vai levantar questões”, comenta Melissa Silva.

O curso será concluído em sua sétima e última imersão, “Startup de moda 4.0”. Na etapa final, os participantes terão os seus projetos avaliados por uma banca composta por um professor, profissionais da moda e empresas. A ideia é que as instituições presentes se interessem pelos trabalhos dos alunos, criando uma ponte entre sala de aula e mercado de trabalho, ponto-chave na metodologia de ensino do SENAI CETIQT. É uma importante chance para que os profissionais possam aplicar todo o conhecimento adquirido e continuem a desenvolver os seus projetos. “A gente vai ter uma banca de profissionais da moda para avaliação, um professor, que irá representar todos os professores do Brasil, e teremos ainda uma banca com empresas. A ideia é que esses trabalhos possam ter a oportunidade de acontecer”, conclui Melissa.

Akihito Hira enfatiza que “o intuito disso tudo é a gente tentar dar um match com os nossos alunos. Porque, com certeza, eles fazem parte de empresas, estão dentro da indústria. Esse é o foco. E aí criar… Sempre com uma pegada de startup de moda 4.0. O intuito todo desse MBI é a gente conseguir desenvolver projetos de moda que sejam escaláveis e que sejam de baixo custo e ágeis, que possam penetrar rapidamente no mercado. Todas as imersões terminam com mão-na-massa, que a gente chama de hackathon de moda 4.0. O que é isso? É o mão-na-massa que eles vão praticar todo o conteúdo dessa imersão dentro desse hackathon.

Melissa acrescenta: “É trazer inovação de fato com esse olhar de 4.0 para a indústria da moda. E eles finalizam nessa sétima imersão, pois aí é a apresentação da banca final. A gente vai falar de fashion law, porque é uma coisa importante, já que a gente está falando de tecnologia, de omnichannel, de diversos tipos de canais, a gente não pode se esquecer do e-commerce. Mudando essas plataformas da loja física para esses outros tipos de ambiente, a questão do direito também muda”.

Akihito Hira opina ainda sobre o futuro da moda e as transformações que a inovação 4.0 vem trazendo. Segundo o professor e curador do MBI em “Moda 4.0”, as máquinas irão trabalhar em cooperação com os seres humanos. Embora a automação seja uma realidade, as importantes decisões tomadas dentro da cadeia produtiva ainda serão viabilizadas por profissionais qualificados. Essa característica já pode ser testemunhada na alfaiataria, por exemplo, onde a tecnologia acelera os processos sem deixar de lado a personalização dos produtos. “Se a gente pensar a alfaiataria como um negócio de personalização, a indústria 4.0 vai vir com os processos de tecnologia e de automação para acelerar o seu desenvolvimento, mas de uma maneira customizada. Hoje, um alfaiate que levaria 30, 60 ou até 90 dias para fazer um blazer, pode, com a indústria 4.0, entregar em um prazo máximo de uma semana”.



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