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Avanço das reformas é essencial para queda da taxa de juros, diz BC

O Banco Central reafirmou nesta terça-feira, 25, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que "a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia". Na semana passada, o BC manteve a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 6,50% ao ano, pela décima vez consecutiva.

No documento, o BC também voltou a pontuar que "a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes". "Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva", acrescentou o colegiado.

O BC registrou no comunicado que "o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco" ligado às reformas "é preponderante". O Banco Central não vê risco maior de a reforma da Previdência fracassar, mas deixa claro que este se tornou o principal risco a ser observado.

PIB perto da estabilidade

O Banco Central registrou que "o Produto Interno Bruto (PIB) deve apresentar desempenho próximo da estabilidade no segundo trimestre" deste ano. Os membros do colegiado avaliaram ainda que houve interrupção do processo de recuperação da economia nos últimos trimestres.

"Essa interrupção fica nítida quando se adota perspectiva um pouco mais longa, que sugere ter havido uma mudança na dinâmica da economia após o segundo trimestre de 2018", disse o BC. "Sob essa perspectiva, a recuperação da atividade econômica, que ocorria em ritmo gradual até então, perdeu ímpeto."

Segundo a ata do Copom, houve leve recuo do PIB no primeiro trimestre deste ano, em função da perda de dinamismo e de alguns choques pontuais.

O cenário do Copom contempla retomada do processo de recuperação da economia brasileira adiante, "de maneira gradual". "A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego", acrescentou a ata.

Projeção menor para a inflação

O colegiado indicou que a projeção para o IPCA de 2019 no cenário de mercado está em 3,6%. Já a projeção para 2020 é de 3,9%.

São os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do Copom na semana passada. O cenário de mercado utiliza como referência as projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic e o câmbio.

Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido em maio, as projeções do cenário de mercado estavam em 4,1% para 2019 e 3,8% para 2020.

O centro da meta de inflação perseguida pela instituição este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 2,75% e 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Já a meta para 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, 24, as instituições financeiras projetaram inflação de 3,82% em 2019 e 3,95% em 2020.

Veículo: Estadão

Seção: Economia e negócios



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