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O presidente Jair Bolsonaro substituiu nesta terça-feira a postura cautelosa, adotada até então, pelo apoio ostensivo ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, ao chegarem juntos na solenidade pelo Dia da Marinha.

Desde a divulgação dos diálogos entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol sobre a Operação Lava-Jato, no início da noite de domingo, Bolsonaro não havia se manifestado diretamente sobre o episódio, enquanto ministros e aliados deram declarações públicas e postaram mensagens em defesa do ministro nas redes sociais. 

Ativo no Twitter, uma de suas principais redes sociais para interação com seus apoiadores, Bolsonaro ficou um dia sem publicar mensagens, em uma postura atípica. O silêncio nas redes levantou suspeitas sobre o respaldo do presidente ao ministro, embora seus três filhos – Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro – tenham publicado mensagens de apoio a Moro. 

Bolsonaro manifestou-se apenas ontem à noite, por meio do Secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, segundo o qual o presidente confia “irrestritamente” no ministro.

Nos bastidores, fontes da ala militar do Planalto asseguram que Bolsonaro nunca cogitou afastar o ministro. Mas havia uma apreensão sobre a possibilidade de divulgação de fatos novos que pudessem constranger o ministro. 

A avaliação na cúpula do governo é que os fatos divulgados até agora não comprometem Moro. Mesmo assim, o presidente preferiu aguardar o regresso do auxiliar da agenda em Manaus para que discutissem, pessoalmente, o episódio nesta manhã, no Palácio da Alvorada.

Dessa forma, embora passadas mais de 24 horas após a divulgação dos diálogos entre Moro e Dallagnol sobre a Lava-Jato pelo site The Intercept Brasil, a imagem de hoje, em que Bolsonaro aparece ao lado de Moro, vale mais que os 280 caracteres de uma postagem no Twitter. 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Política