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Iedi: Alta do PIB em 2019 deve ser menor que 1% e indústria terá queda

O Produto Interno Bruto (PIB) deve ter um crescimento menor do que 1% neste ano, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Por sua vez, a tendência é que a indústria tenha um desempenho ainda pior, com retração na casa dos 2%.

“O quadro [econômico] piorou nos últimos dois meses”, diz Julio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi.

Se confirmado, o desempenho da economia em 2019 será pior do que nos últimos dois anos, quando a atividade cresceu 1,1%. 

Além disso, a expectativa do órgão é de queda do PIB no primeiro trimestre, em relação ao quarto trimestre do ano passado, no cálculo dessazonalizado.

Para Almeida, “não há nenhum fator para mudar” a conjuntura no curto prazo. O grande número de desempregados, de acordo com ele, impede uma expansão mais forte da atividade. Os serviços, que têm alto potencial empregador, “só recentemente colocaram o nariz acima da linha da água”, afirma, lembrando que o setor foi o último a se recuperar da crise.

O governo, por sua vez, “se deixou amarrar” com as políticas fiscal e monetária adotadas. Na visão do diretor-executivo do Iedi, o Banco Central (BC) deveria ter dado continuidade aos cortes da Selic, atualmente em 6,5% ao ano. A partir de agora, não haverá tempo para que novos cortes tenham efeito sobre a atividade ainda neste ano, mesmo que a autoridade monetária decida ir por esse caminho, segundo ele. As exportações também oferecem pouca ajuda, dadas a baixa competitividade da indústria brasileira e a crise na Argentina.

Na opinião de Almeida, a única válvula de escape para a atividade neste momento seria uma melhora da confiança por meio do avanço da reforma da Previdência no Congresso. “Mas considero mais provável que não haja nenhuma melhora”, diz. 

Ainda assim, a queda esperada para a indústria não é a única má notícia. Almeida destaca também que o recuo do setor deve ser generalizado. Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, os quatro segmentos da indústria de transformação tiveram queda: bens de capital (-4,3%), duráveis (-3,5%), intermediários (-2%) e semi e não duráveis (-1,4%). O recuo da indústria geral, por sua vez, foi de 2,3%. No último trimestre do ano passado, o setor já havia registrado uma queda nesse tipo de comparação, de 1,2%. “Na melhor das hipóteses, teremos uma recuperação da atividade em forma de ‘W’”, diz. 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Brasil



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