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Malwee inova na indústria da moda com iniciativas socioambientais

Veículo: Valor Econômico

Sustentabilidade é o principal desafio contemporâneo para a indústria da moda. Anualmente as empresas do setor produzem 140 bilhões de peças de vestuário para atender a demanda do segmento “fast fashion” (moda rápida), segundo o World Resourses Institute (WRI). O desperdício de recursos, o uso intensivo de água e a precarização das condições trabalho estão entre os efeitos negativos da cadeia de valor. Entretanto, um número crescente de empresas vem tentando mudar esse quadro ao colocar o desenvolvimento sustentável como pilar estratégico dos negócios. Uma das pioneiras nessa tendência é a Malwee, fundada em 1968 em Jaraguá do Sul (SC). Com 5,5 mil funcionários em quatro fábricas, a companhia investe há anos em temas que abrangem desde redução na geração de resíduos a eficiência energética, passando por ecodesign, monitoramento de relações trabalhistas dos fornecedores, preservação de áreas de floresta e reciclagem de insumos. Uma das iniciativas de destaque é a transformação de garrafas PET recicladas em peças de roupa. Desde 2011, mais de 29 milhões de unidades foram trituradas e transformadas em fio de poliéster, que depois é combinado com fio de algodão. Cada garrafa de 600 ml rende uma camiseta de tamanho adulto. O Grupo Malwee foi pioneiro no uso do algodão desfibrado, produzido a partir dos resíduos do corte de tecido. “Hoje temos modelos com essa matéria-prima em todas as nossas coleções”, informa a gestora de sustentabilidade Taíse Beduschi. Outra inovação utilizada no processo produtivo é a poliamida biodegradável, que leva menos de três anos para se decompor, quando descartada em ambientes sem oxigênio. “Também criamos uma nova técnica de tingimento de tecidos que reduz em até 98% o uso de água nas peças de cor neon”, acrescenta. Um marco nas iniciativas sustentáveis da Malwee foi o ano de 2003, quando a empresa instalou um processo de tratamento de efluentes inédito na América do Sul. Em 2011, a companhia investiu R$ 12 milhões em um sistema de filtração por membranas que aumentou a eficiência do tratamento para 98%, permitindo o reuso anual de até 200 milhões de litros de água. Quatro anos depois, a empresa lançou o Plano 2020, com metas de sustentabilidade. Duas delas foram atingidas antes do prazo: redução de 77% nas emissões de gases do efeito-estufa, pela troca do gás natural por biomassa na matriz energética; e redução de 40% na geração de resíduos sólidos por peça produzida. Outro avanço foi o uso do calor excedente das caldeiras para secar o lodo dos efluentes, o que diminuiu seu volume em quase 80%. Em outubro de 2018, a Malwee ficou no topo do ranking da primeira edição brasileira do Índice de Transparência da Moda. Um estudo inédito no Brasil, realizado pelos pesquisadores Pedro Paro e Mateus Gerolamo, da Universidade de São Paulo (USP), e pelo escritor Rodrigo Caetano, a coloca entre as 22 empresas mais humanizadas do Brasil, entre 1.115 organizações avaliadas. Foram considerados os critérios de satisfação e valor compartilhado para todas as partes interessadas no negócio – colaboradores, clientes, fornecedores, parceiros, acionistas, meio ambiente e sociedade em geral.



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