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RIO - A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em fevereiro, concentrada em apenas dois conjuntos de preços (alimentação e educação) afetados por questões pontuais. A inflação segue comportada, limitada pelo poder de compra da população, disse Fernando Gonçalves, gerente de Índices de Preços do IBGE.

Conforme dados divulgados nesta terça-feira, o IPCA tinha alta de 0,43% em fevereiro, acelerando em relação ao mês anterior. O resultado ficou ligeiramente acima do teto das projeções de analistas ouvidos pelo Valor Data, de 0,42% para o mês. Na média, a expectativa era de inflação de 0,37%.

Segundo Gonçalves, apesar da aceleração, a alta foi concentrada na alimentação e na educação. No primeiro caso, os itens ficaram em média 0,78% mais caros no mês, influenciados sobretudo pelo comportamento do preço do feijão-carioca (+51,58%) e da batata-inglesa (25,21%), por conta das chuvas.

Os preços de educação, por sua vez, subiram 3,53%, refletindo a concentração de reajustes de mensalidades de escolas, faculdades e cursos diversos. Este foi o menor aumento de preços da educação em 11 anos, o que pode ser explicado pela dificuldade de repasse de custos pelos estabelecimentos.

“A inflação passada foi menor; então, também pode haver menos custos a repassar. Mas existe também o receio de reajustes mensalidades e perder alunos, numa época em que o poder de compra da população segue limitado”, disse Gonçalves, na sede do IBGE no Rio, ao comentar o resultado do IPCA de fevereiro.

A limitação que o poder de compra segue despertando no comportamento de preços fica evidente pelo desempenho do setor de serviços. Além da educação, tiveram quedas de preços itens como alimentação fora do domicílio (-0,04%), excursão (-0,34%), cinema (-0,11%), boate e danceteria (-0,11%).

Veículo:Valor Econômico

Seção: Brasil