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Preços de roupas a eletrônicos podem cair com novas tarifas de importação; empresas da bolsa seriam afetadas

Tema central do novo governo, o corte nas tarifas de importação brasileira deve afetar empresas dos mais diversos setores. Dentre eles, o varejo pode parecer, à primeira vista, um dos mais expostos.Quem acompanha as empresas desta categoria de perto no mercado financeiro, porém, acredita que os efeitos podem não ser tão intensos.

Para Richard Cathcart, analista do Bradesco BBI, considerando as varejistas brasileiras listadas em bolsa, as duas categorias em maior “risco” são vestuário e calçados. Por outro lado, varejistas com força em eletrônicos, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, talvez consigam cortar preços e, consequentemente, se beneficiar, a depender do plano de cortes aprovado.

Para Richard Cathcart, analista do Bradesco BBI, considerando as varejistas brasileiras listadas em bolsa, as duas categorias em maior “risco” são vestuário e calçados. Por outro lado, varejistas com força em eletrônicos, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, talvez consigam cortar preços e, consequentemente, se beneficiar, a depender do plano de cortes aprovado.

Vestuário e calçados: queda nos preços pouco provável

Varejistas estrangeiras de moda, como a Zara, sempre tiveram dificuldade em competir com marcas nacionais, como Renner e Riachuelo, justamente por conta das tarifas de importação. Pesquisas mostram que a empresa do grupo Inditex tem no Brasil suas lojas mais caras do mundo –nos outros mais de 90 países em que opera, é vista como varejo de massa. 

Graças a estes custos elevados, a Zara tem apenas 60 lojas nacionalmente. Para se ter uma ideia, a tarifa de importação é de 35%, o que naturalmente encarece qualquer item em comparação com qualquer concorrente nacional.

Se a tarifa de importação fosse reduzida a zero, a Zara, cujas operações são centralizadas na Espanha, tecnicamente poderia reduzir seus preços e apertar a competição, dificultando o cenário para Renner, Riachuelo, C&A, Hering, entre outras. O mesmo vale para outras varejistas mundialmente gigantes, como H&M e Forever 21.

Ainda há outros desafios para varejistas de “fast fashion” (ou “moda rápida”, em tradução livre) no Brasil, justamente pela necessidade de fazer os produtos chegarem rapidamente às araras. A infraestrutura pesada em portos e os consequentes atrasos estão entre eles, apontam os analistas. As varejistas nacionais possuem uma rede de entregas mais ágil.

A análise é essencialmente a mesma para calçados. Nike e Adidas são marcas que importam a maior parte de seus produtos: se a tarifa cair, os preços podem ser revistos e a competição acirra para a Vulcabras, dona da Olimpikus.

Mas o cenário de taxa zero é improvável, de acordo com analistas do banco. Duas das três propostas supostamente consideradas pelo governo para as novas tarifas de importação excluem o vestuário e calçados das novidades (mantendo os 35%).

Enquanto isso, o último cenário corta apenas parcialmente, para 15%, o incidente em ambas as categorias. “Obviamente isso permitiria que a Zara buscasse uma expansão muito mais agressiva da sua base de lojas”, diz Cathcart em relatório. Ainda assim, “levaria muitos anos e a marca provavelmente nunca alcançaria a extensão da Renner, por exemplo, porque assegurar bons pontos em shoppings centers é desafiador”, pondera.

Eletrônicos: queda mais provável, bom para as brasileiras na bolsa

Todos os cenários para os cortes de tarifas mencionam tanto eletrônicos quanto bens de capital, utilizados para a montagem de itens de linha branca. Ambas as categorias são vendidas em três grandes players listados na bolsa: Magazine Luiza, Via Varejo e B2W.

Poder trazer peças e produtos inteiros com tarifas menores “poderia significar preços mais baixos repassados ao consumidor, potencialmente aumentando os volumes [de vendas]”, escreve o analista.  

Veículo: Infomoney

Seção: Minahs Finanças



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