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Setor têxtil prevê para 2019 produção 3% maior

O setor têxtil e de confecção espera um desempenho mais forte em 2019 em comparação a este ano, informou ontem a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). A entidade prevê para 2019 um crescimento de 3% no volume de produção, após uma queda de 2% em 2018.

A Abit prevê para 2019 crescimento de 7% a 7,5% em faturamento, o que daria um crescimento real entre 3% e 3,5%.

Para o varejo, a entidade prevê expansão de 3,5% no volume de vendas no mercado interno em 2019, bem melhor que a estimativa de avançar só 0,8% neste ano. 

"Estamos com otimismo responsável em relação ao próximo ano, considerando que o novo governo vai avançar com as reformas", afirmou Fernando Pimentel, presidente da Abit. Em relação a 2018, o executivo disse que o desempenho do setor ficou abaixo da expectativa, devido a fatores que afetaram a economia como um todo. Ele citou a greve dos caminhoneiros, a Copa do Mundo e a polarização da sociedade antes das eleições como fatores que afetaram o desempenho do setor.

A Abit também informou que prevê alta de 4% das exportações em volume no próximo ano, ante uma queda de 1,2% em 2018. Em relação às importações, a  entidade prevê avanço de 5,5% em 2019, ante um aumento de 5,7% neste ano. 

Com o aumento da produção e das vendas, o setor têxtil e de vestuário deve criar 20 mil postos de trabalho no próximo ano, segundo a Abit. O setor deve encerrar 2018 com 27 mil vagas a menos.

As indústrias de confecção perderam margens de lucro neste ano devido ao aumento em custos produtivos e às dificuldades de repassar essas altas para o varejo. A perda de margens pode limitar a recuperação de parte das empresas no próximo ano, segundo a Abit. 

"O ano foi apertado em todos os elos da cadeia. Os preços do algodão, das fibras sintéticas e dos corantes subiram muito. As indústrias fizeram algum repasse para as confecções e as confecções conseguiram repassar uma parte ao varejo", disse Pimentel. "Isso pressionou as margens das indústrias, que terão menos recursos para investir em expansão no próximo ano." 

O índice de preços ao produtor têxtil, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apresentou uma alta de 8,65% no acumulado de janeiro a outubro deste ano. Já o índice de preços ao produtor de vestuário apresentou alta acumulada de 8,53%, próxima da inflação do setor têxtil. O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA) de vestuário registrou deflação de 0,53% no acumulado de janeiro a novembro. 

"As empresas mais capitalizadas reduziram a capacidade de investir ao reduzir suas margens de lucro. Esse é um fator que pode limitar uma resposta do setor no próximo ano", disse Pimentel.

"Se não houver pressão de custos será possível que as empresas reduzam custos fixos com aumento de produção e melhorem a rentabilidade. A expectativa inicial é que o mercado consiga repassar parte dos aumentos e apresente recuperação em margens de lucro", afirmou Pimentel.

O executivo acrescentou que a previsão otimista está vinculada à expectativa de crescimento da economia como um todo. A Abit trabalha com expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,53% em 2019. Esse crescimento, segundo Pimentel, está ligado à expectativa de que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) aprove reformas pendentes no Congresso Nacional. 

"Se as reformas não caminharem conforme o esperado, se houver muita procrastinação, aí vamos experimentar um novo ano de turbulências que vão se refletir em toda a economia. Vai ser ruim para o país como um todo se não houver avanços com o novo governo", afirmou Pimentel. 

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas



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