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Para gestores, reforma da Previdência deve impulsionar retomada

O crescimento econômico e a volta de investidores estrangeiros dependem da aprovação de uma reforma da Previdência, segundo gestores que participaram nesta segunda de debate sobre as perspectivas para 2019. Na visão dos participantes, as promessas de privatizações e a "organização do governo" feitas durante a campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro também são consideradas fundamentais para a retomada da economia e para o bom desempenho dos mercados no próximo ano. 

Otimistas, os gestores ainda afirmaram que o Ibovespa, ao final do próximo ano, estará em patamares ainda mais elevados do que o atual e os fundos devem performar "acima do CDI". "Se a reforma da Previdência for feita e concessões, privatizações e organização do governo também [avançarem], teremos anos de juros baixos e necessidade de alocação em outros ativos que tenham liquidez e não só em ações da bolsa", disse Marcelo Cavalheiro, gestor da Safari Capital durante o evento Panorama Conjuntural 2019, promovido pela Lifetime Investimentos, escritório de agentes autônomos ligados à XP Investimentos. 

Segundo Cavalheiro, a gestora trabalha com três cenários: a aprovação da reforma como foi encaminhada pelo presidente Michel Temer ao Congresso, a aprovação de uma reforma mais agressiva e a não aprovação. "Não acontecendo nada, sem reforma da Previdência, vamos virar uma Grécia, com dívida impagável, situação de insolvência fiscal. O segundo ponto é a aprovação dessa reforma do [Michel] Temer, que vai piorando devagar, mas dá tempo de fazer outras reformas e estancar a sangria. Outro cenário é respeitando o teto [de gastos] com uma reforma mais agressiva, a gente aí sim vira o cenário e teremos empresas crescendo muito, demanda crescendo, queda muito grande de desemprego, possibilidade de alavancagem de pessoas e empresas", afirma. 

Para ele, a equipe econômica formada pelo novo governo é boa, o que traz perspectivas positivas para o cenário macroeconômico. 

Já para João Braga, gestor de renda variável e sócio do Grupo XP, a reforma da Previdência é necessária também para atrair investidores estrangeiros que estão "esperando para ver algo acontecer."

"O estrangeiro saiu bastante [do mercado brasileiro]. Ele está com preocupação com os países emergentes", afirma. "A reforma é necessária e é o que falta para o estrangeiro vir; ele terá que ver entrega", diz. 

Cavalheiro concorda e afirma que "é preciso uma reforma para o investidor vir e ficar 10 anos no Brasil." 

Cavalheiro ainda afirmou que deve demorar um tempo para que o país recupere as notas de agências de ratings que registrava no passado. Isso, porém, disse ele, não é uma razão determinante tão forte para a volta de capital. "Muitos fundos já podem investir e não investem hoje", afirma. "Certamente no futuro vem esse investimento, mas mais para frente", diz

Para ele, o Brasil deve recuperar o "investment grade" apenas daqui sete anos.

Ao falar sobre as perspectivas do mercado para o próximo ano, Cavalheiro afirmou que as ações ligadas a commodities, siderurgia e concessionárias de rodovias, como CCR e Ecorodovias, podem representar uma oportunidade.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Finanças



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