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Alpargatas diz que operação argentina enfrenta muita dificuldade

A operação da Alpargatas na Argentina está passando por dificuldades devido à crise econômica, informou nesta segunda-feira (12) o diretorpresidente da empresa, Márcio Utsch. De acordo com o executivo, a unidade não tem competitividade devido à hiperinflação e a variação cambial no país.

No terceiro trimestre de 2018, a receita líquida na Argentina recuou 33%, em base anual, para R$ 115,3 milhões. No país, o lucro bruto consolidado registrou queda de 67,2%, para R$ 10,8 milhões. 

Em setembro, a fabricante brasileira de calçados - dona da Havaianas, Mizuno, Dupé, entre outras marcas - vendeu 22,5% da operação da Topper na Argentina para o grupo Sforza, do empresário Carlos Wizard Martins, por R$ 100 milhões. A empresa ainda mantém em funcionamento a fábrica de Tucumán.

“Importamos muitos produtos desmontados para serem montados na Argentina. Por isso decidimos ficar com esta fábrica”, ressaltou Utsch, em teleconferência com os analistas para comentar os resultados financeiros do terceiro trimestre deste ano. 

O presidente disse ainda que a primeira parcela da venda da Topper, de R$ 40 milhões, será recebida ainda em 2018. “As condições [estabelecidas] foram cumpridas e vamos assinar [o contrato de venda] ainda neste ano”. Para os próximos anos, a estratégia de crescimento da empresa terá como referência o mercado internacional. 

Utsch disse que a Alpargatas já tem escritório em Hong Kong, mas vai abrir uma unidade para gerenciar a operação na América Latina ainda em 2018, além de estar estruturando outra para o Sul da África. Além disso, o desempenho da subsidiária na Colômbia está acima do esperado, vendendo o dobro. 

Para o quatro trimestre, o executivo mencionou que a queda nos preços da borracha deverão beneficiar as margem da companhia. 

Utsch fica no cargo até o primeiro trimestre de 2019, quando será substituído por Roberto Funari, que foi escolhido pelo conselho de administração.

Balanço

No terceiro trimestre de 2018, a Alpargatas registrou lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 120,9 milhões, um avanço de 65% na comparação com o mesmo período de 2017. 

Também em base anual, a receita da companhia recuou 2,1%, para R$ 930,8 milhões, em razão do ajuste de inflação e variação cambial na Argentina. 

De julho a setembro de 2018, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) mais do que dobrou ante 2017, passando de R$ 109 milhões para R$ 229,8 milhões. A margem Ebitda subiu de 11,5% para 24,7%. 

Segundo a empresa, o resultado foi beneficiado por itens não recorrentes, como R$ 180,7 milhões de êxito em ação judicial de exclusão do ICMS da base de cálculo do Cofins no Brasil. Por outro lado, houve despesas com consultorias e R$ 64,3 milhões relativos a indenizações trabalhistas na Argentina. 

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 32,5 milhões, um aumento de 28% contra o terceiro trimestre de 2017.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas



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