Notícias

Tarifa menor deve elevar margem da Arezzo nos EUA

A Arezzo & Co, dona das marcas Arezzo, Anacapri, Alexandre Birman, Schutz, Fiever e Owme, espera melhorar as margens de lucro na operação nos Estados Unidos, após o país aprovar redução de tarifas de importação para calçados. Em 13 de outubro, entra em vigor a lei "Miscellaneous Tariff Bill Act of 2018", que prevê diminuição tarifária para mais de 1,6 mil itens importados, incluindo 40 categorias de calçados.

"Atualmente, todos os produtos vendidos nos Estados Unidos são importados do Brasil pela nossa subsidiária. Com a tarifa reduzida, a operação americana terá um custo menor e margens melhores", afirmou Rafael Sachete, diretor financeiro da Arezzo & Co.

Até agora, as tarifas variavam de 6% a 37,5% sobre o valor do calçado importado. Com a mudança, 60% dos produtos da categoria terão tarifa zero de importação e outros 40% terão taxas reduzidas.

Sachete disse que a Arezzo não pretende baixar preços nos EUA. "Mesmo com o câmbio mais favorável, não há intenção de mexer em preços agora. Já fizemos uma redução de preços neste ano no mercado americano", disse. 

No segundo trimestre, a Arezzo reduziu preços de produtos da marca Schutz nos EUA, para adaptar-se às expectativas dos consumidores. Um sapato de salto, por exemplo, teve redução no preço de US$ 180 para US$ 150 o par. Uma sapatilha passou de US$ 120 para US$ 100 o par.

A estratégia de preços foi definida por Wayne Kulkin, executivo americano com 30 anos de experiência no varejo e que comanda as operações da Arezzo nos EUA desde maio. 

Além da mudança em preços, a Arezzo abriu uma loja da marca Alexandre Birman e outra da marca Schutz nos EUA no segundo trimestre. Ao todo são quatro lojas naquele país, sendo duas Schutz em Nova York, uma Schutz em Los Angeles e uma Alexandre Birman em Nova York. Até novembro, a expectativa é abrir mais duas unidades da Schutz, desta vez em Miami.

Sachete também considera que o varejo americano pode apresentar mais interesse pelas marcas da Arezzo & Co. com a redução de tarifas. Mas, por enquanto, o foco da companhia é ampliar as vendas em lojas onde suas marcas já estão presentes.

Os produtos da companhia estão em grandes redes como Bloomingdale's, Nordstrom e Sacks. "Na Nordstrom, que tem 120 lojas, já estamos em 35 pontos. Na Bloomingdale's, estamos em 17 de 50 lojas. O foco é estar presente em mais lojas das grandes redes de departamento", disse. 

No segundo trimestre, a companhia fechou acordo para começar a vender calçados nas redes Village Shoe Shop e Bergdorf Goodman. E negocia sua entrada nas redes Macy's e JC Penney.

Em entrevista ao Valor no início de agosto, o presidente da Arezzo & Co, Alexandre Birman, afirmou que os Estados Unidos são a grande mola propulsora do crescimento do grupo no longo prazo.

A empresa também busca ampliar as vendas on-line no mercado americano. Neste ano, fez acordo para vender suas marcas em sites como Amazon e Zappos. "Nos EUA, o comércio eletrônico representa 25% das vendas de calçados", afirmou Sachete.

No segundo trimestre do ano, a receita bruta da Arezzo com vendas nos EUA cresceu 24% sobre o mesmo intervalo de 2017, para R$ 28,6 milhões - equivalente a 6,3% da receita total da companhia no período. O grupo fechou o segundo trimestre com alta de 13,6% na receita líquida, para R$ 374 milhões. O lucro líquido caiu 15,6%, devido a perdas cambiais e despesas financeiras mais altas.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar