Notícias

Alpargatas vê custo menor e 'bom volume de pedidos'

A Alpargatas, dona de marcas como Havaianas, Osklen e Dupé, prevê melhora no seu desempenho no terceiro trimestre, após ter sofrido impactos negativos da operação na Argentina e da greve dos caminhoneiros no Brasil de abril a junho.

Márcio Utsch, presidente da companhia, disse que houve um "bom volume" de pedidos em julho e no início de agosto. Além disso, será possível reduzir custos de produção neste trimestre, com a esperada queda nos preços da borracha.

"Os preços da borracha costumam seguir as mudanças nos preços do petróleo, com dois ou três meses de atraso. Com a queda recente do petróleo, essa é uma notícia positiva para os próximos meses", afirmou Utsch, durante teleconferência para analistas e investidores realizada ontem.

O executivo também disse estar otimista em relação ao desempenho da coleção atual de Havaianas. E acrescentou que os efeitos que prejudicaram as vendas no segundo trimestre não vão se repetir, como a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo, que afastou os consumidores das lojas nos dias de jogos.

De abril a junho, o lucro líquido atribuído aos sócios da empresa controladora caiu 59,8%, na comparação com igual período do ano passado, para R$ 22,5 milhões. A receita líquida consolidada teve aumento de 3,6%, para R$ 890 milhões.

Na Argentina, a operação foi afetada principalmente pela alta da inflação e pela desvalorização do peso. Em reais, a Alpargatas registrou queda de 10% nas vendas no país vizinho no segundo trimestre, para R$ 159,7 milhões. Em pesos argentinos, a receita cresceu 17,8%. 

Em volume, as vendas da marca Topper cresceram 6% na Argentina, para 1,68 milhão de pares e peças. Já as vendas de denim tiveram queda de 24,7%.

Utsch disse que a companhia reduziu a produção na Argentina e passou a enviar produtos do Brasil, como parte dos esforços para reduzir custos no país vizinho. A Alpargatas teve uma despesa adicional de R$ 12,8 milhões na operação argentina, com a readequação da estrutura.

Esse gasto pesou sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado, que caiu 11,8% no segundo trimestre, para R$ 64,1 milhões. O ganho líquido também sofreu impacto negativo de uma perda cambial de R$ 25,7 milhões. 

No Brasil, o que mais atrapalhou o desempenho no segundo trimestre foi a greve dos caminhoneiros, que começou no fim de maio e durou 11 dias. Utsch disse que a empresa teve que paralisar a produção nas fábricas por sete dias, por causa dos bloqueios nas estradas. "As matérias-primas não chegavam nas fábricas, que ficavam paradas. Isso aumentou o custo fixo da empresa", afirmou. O executivo acrescentou que também houve falta de produtos nas lojas.

De acordo com a companhia, por causa da greve, a Alpargatas postergou o faturamento de 4 milhões de pares de Havaianas no Brasil, do segundo para o terceiro trimestre, e de 60 mil pares de tênis Mizuno. Apesar disso, a companhia aumentou as vendas de Havaianas no Brasil em 21,5% em volume. Já as vendas de artigos esportivos recuaram 9,4% no país. A receita líquida no Brasil cresceu 8,5%, para R$ 483,5 milhões. 

No mercado externo, 1 milhão de pares de Havaianas deixaram de ser embarcados para a América Latina, Ásia e Pacífico por causa da greve. Utsch disse que a companhia não conseguiu entregar os calçados no porto a tempo para abastecer o navio que faria a entrega no exterior. As vendas de Havaianas para o mercado externo encolheram 21% em volume no segundo trimestre, para 7,7 milhões de pares e peças. A receita líquida no exterior cresceu 4,6%, para R$ 247,4 milhões. Esse desempenho foi favorecido por ganhos com variação cambial em exportações para Europa e Estados Unidos.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar