Notícias

Furto e má gestão fazem varejo perder US$ 2,3 bi no Brasil

Grandes redes de varejo no mundo perderam no ano passado US$ 99,56 bilhões com problemas como furtos de produtos e má gestão de estoques. Esse valor equivale a 1,82% da receita alcançada no ano. No Brasil, a perda foi de US$ 2,34 bilhões, ou 1,99% do faturamento do setor, segundo estudo da consultoria de varejo PlanetRetail RNG.

No Brasil, furtos e roubos cometidos por pessoas que vão às lojas foram a principal causa de perdas no varejo no ano passado, representando 29,17% do total. Perdas causadas por fornecedores responderam por 27,90%, seguido por problemas de gestão de estoques, com 21,93%. Furto ou fraude de funcionários representou 21%.

O estudo também mostra que as lojas de departamentos apresentam o maior índice de perdas no Brasil, de 2,35% das vendas. Em seguida estão as redes de moda (2,22%), atacarejo (2,13%), eletrônicos (1,60%), produtos para casa e jardim (1,60%) e hipermercados (1,53%). Santos disse que os índices são mais altos na moda porque o setor possui itens pequenos e mais fáceis de serem furtados.

Os produtos furtados com mais frequência no país são itens de vestuário, bebidas alcoólicas, eletroeletrônicos (como tablets, smartphones e câmeras digitais). As marcas mais visadas são Nike, Nestlé, Hershey, Unilever, LG, Apple e Samsung.

Os dados fazem parte de um estudo da consultoria de varejo PlanetRetail RNG, sob encomenda da Tyco Retail Solutions, empresa especializada em análise e fornecimento de tecnologias para o varejo. A consultoria entrevistou 1.120 executivos de redes de varejo, com receita anual superior a US$ 100 milhões, em 14 países — Austrália, China, Índia, Japão, Coréia do Sul, França, Alemanha, Itália, Rússia, Espanha, Reino Unido, Brasil, México e Estados Unidos. As entrevistas foram feitas em outubro de 2017. No Brasil, foram ouvidas 72 empresas. 

No mundo, em relação às causas, o furto em lojas, realizado por consumidor, representou 34,34% do total das perdas do varejo. Falta de produtos, ou mercadorias que sofrem danos no trânsito até a loja, representou 24,28%. Furtos ou perdas causadas por funcionários responderam por 22,95%. E a gestão errada dos estoques (podendo causar falta de produto nas lojas ou perda de validade de produtos) respondeu por 18,43%.

“A margem líquida de lucro do setor é historicamente baixa. Nesse cenário, a prevenção de perdas tornou-se uma forma de aumentar a rentabilidade das companhias”, diz Carlos Eduardo Santos, diretor de novos negócios da Tyco Retail Solutions. De acordo com a pesquisa, no Brasil, os investimentos das redes varejistas para evitar perdas são maiores do que as perdas efetivas. Em média, as varejistas gastam o equivalente a 2,54% de seu faturamento anual com prevenção de perdas, para uma perda de 1,99% da receita. 

“No Brasil, muitas lojas de departamentos não possuem antenas antifurto [equipamento instalado na porta das lojas que aciona o alarme se alguém passa com produto cuja etiqueta não foi desmagnetizada no caixa], por exemplo”, observou Santos. Ele também disse que os hipermercados, que têm a taxa de perdas mais baixa, são os que mais investem em prevenção de perdas.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Empresas



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar