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Existe dúvida sobre meta de inflação de 2021, apontam economistas

Existem incertezas sobre qual deve ser a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), na reunião desta terça-feira, para definição da meta de inflação de 2021. 

O CMN tem reduzido a meta em 0,25 ponto percentual a cada ano, definindo 4,25% para 2019 e 4% para 2020.

A expectativa da economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, é de redução adicional uma vez que não houve mudança estrutural na economia para justificar mudança. Ela afirma, no entanto, que circularam boatos de que o CMN não reduziria a meta, trazendo incertezas para o mercado.

O economista-chefe do Rabobank, Mauricio Oreng, afirma ser favorável a uma redução, como uma sinalização de que – em um cenário com reformas fiscais – o Brasil daria um passo interessante no sentido de alinhar a meta a seus pares latino-americanos. Mas, segundo ele, a incerteza eleitoral domina e, em um cenário sem reformas, a resultante desancoragem inflacionária tornaria qualquer número sem sentido algum. 

“Mas vamos ver se o CMN vai procurar olhar para além das incertezas atuais, reduzindo pra 3,75%, por exemplo, ou se vai preferir uma postura mais cautelosa e manter em 4%. 

O economista-chefe da gestora de recursos Mogno Capital, Vagner Alves, acredita que o CMN deve confirmar as metas de 2019 e e de 2020, em 4,25% e 4%, respectivamente, e estabelecer alvo de 3,75% para 2021. Ele acredita que há espaço para meta abaixo de 4% já naquele ano. "A meta de inflação do Brasil tende a convergir para 3% no médio prazo, em linha com outros países emergentes e algumas economias avançadas", afirma.

Para ele, os principais desafios para uma redução ainda maior da meta de inflação é a continuidade do processo de reformas estruturais. “As reformas da previdência e tributária, além da abertura comercial da economia brasileira, irão contribuir para o aumento da produtividade, do PIB potencial e para a consequente redução da inflação ao longo da próxima década”, avalia. 

A avaliação do economista-chefe da consultoria Parallaxis, Rafael Leão, a economia brasileira ainda é muito indexada, o que dificulta a queda estrutural da inflação e, por isso, o CMN deveria manter a meta de inflação em 4% para 2021.

"Historicamente, não conseguimos consolidar nem a média abaixo de 4% ou 4,5% ao ano. É preciso garantir que os salários cresçam abaixo da produtividade da economia durante um tempo antes de tomar tal decisão", afirma o economista.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Finanças



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