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Vendas do comércio eletrônico sobem 4,4% no primeiro trimestre

As vendas do comércio eletrônico no Estado de São Paulo cresceram 4,4% no primeiro trimestre de 2018, em relação ao mesmo período de 2017 — somando R$ 4,06 bilhões. Na comparação mês contra mês, o faturamento real avançou 8,8% em janeiro de 2018, recuou 1,9% em fevereiro e voltou a crescer 5,4% em março. No acumulado dos 12 meses encerrados em março, a taxa de crescimento real foi de 5,1%. Os resultados estão na Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) elaborada pela FecomercioSP em parceria com a Ebit — empresa de informações sobre e-commerce. 

Apesar da expansão no período — segundo a FecomercioSP, o varejo, de forma geral, vem sinalizando incremento, associado à inflação controlada e à queda nos juros —, os dados do segundo trimestre deverão apresentar evolução menor, ao refletir a paralisação dos caminhoneiros em maio. As vendas no comércio eletrônico, naquele mês, apontavam para aumento nominal de 20% ante maio de 2018, mas fecharam com alta de 10%, metade do esperado pela entidade.

“Se não fosse a greve, certamente teriam alcançado esse crescimento. E os efeitos do movimento só não foram maiores porque houve o impulso dos aspectos sazonais: Dia das Mães, Dia dos Namorados e saída dos aparelhos de TV por conta da Copa”,  afirma Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP.

O executivo explica que ainda não é possível medir o impacto total da crise, mas parte de junho, quando as comercializações só começaram a retomar o ritmo após o dia 10, pode ser afetada: “Houve o problema da entrega, e as pessoas deixaram de comprar por medo de não receber os produtos, movimento que vai se normalizando aos poucos”. 

De acordo com a aferição, a participação do e-commerce no varejo paulista no primeiro trimestre ficou em 2,6% — estável em relação ao mesmo período de 2017. O número de pedidos atingiu 10,7 milhões, alta de 9,8% frente a igual período ano passado. O tíquete médio, porém, registrou queda de 4,9%, passando de R$ 400,13, nos três primeiros meses de 2017, para R$ 380,54, no mesmo período deste ano.

“Isso se deve, na verdade, à iniciativa dos estabelecimentos que estão incentivando os clientes a retirar os produtos nas lojas físicas. Nesse caso, o tíquete cai de valor, porque deixa de embutir o frete. Isso dá muito certo principalmente em São Paulo, onde há muitas lojas convencionais”, explica Guasti.

A pesquisa confirma o Dia do Consumidor, em março, como data importante para o setor. As vendas somaram R$ 1,47 bilhão nesse mês — alta real de 5,4% na comparação com o mesmo período de 2017 e a maior cifra registrada para o mês desde o início da série histórica, em 2013. Segundo Guasti, a campanha só perde para a Black Friday. 

Guasti ressalta também o crescimento da modalidade em algumas regiões, que estão começando a incorporar mais fortemente essa forma de consumo. Ao considerar o faturamento acumulado no primeiro trimestre, 13 das 16 regiões sondadas tiveram variação positiva em relação ao mesmo período de 2017, com destaque para Ribeirão Preto (29,6%), Presidente Prudente (18,0%) e Araçatuba (17,3%). “Para algumas, também podemos considerar a influência do setor agropecuário, onde o consumo foi menos impactado pela crise”, destaca Guasti.

A partir desta edição, a sondagem trará informações sobre as vendas de três categorias de bens de consumo: duráveis, semiduráveis e não duráveis. Segundo a entidade, ainda que ainda não seja possível mapear a trajetória das vendas, devido à ausência de dados anteriores a janeiro de 2018, a pesquisa mostra um panorama geral desses produtos.

No primeiro trimestre de 2018, bens duráveis tiveram grande peso no faturamento do setor, concentrando 69,6% das receitas e 38,4% do número de pedidos, com tíquete médio de R$ 689,16. O comércio de bens semiduráveis representa 18,6% das vendas e 35,8% do total de pedidos, com valor médio de R$ 197,59; enquanto os não duráveis têm parcela de 11,8% do faturamento, 25,8% dos pedidos e tíquete médio de R$ 174,28.

Embora essas informações não estejam na pesquisa, as cinco categorias de itens mais vendidos, pela ordem, são: moda e acessórios; medicamentos, cosméticos e perfumaria; eletrodomésticos; casa e decoração; telefonia móvel. Pelo faturamento, o ranking muda para telefonia móvel; eletrodomésticos; eletrônicos; informática; casa de decoração.

Veículo: Valor Econômico

Seção: Brasil



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