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Setor de serviços será o mais beneficiado com retomada

Veículo: Valor Econômico 

Seção: Brasil 

Retardatário no processo de recuperação da atividade econômica, o setor de serviços deverá ser o maior beneficiado pela volta dos hábitos de consumo reprimidos durante a crise. O ainda fraco consumo de serviços pelas empresas, no entanto, seguirá impedindo um avanço mais vigoroso do setor, dizem economistas. 

"O bem-estar deve ser o grande tema em 2018. Esse bem-estar envolve tanto os pequenos prazeres, quanto o lazer e a residência", diz Márcia Sola, diretora do Ibope Inteligência. Os serviços tenderiam a ser priorizados neste contexto por exigirem valores menores do que bens de consumo mais caros. 

Exemplos de serviços afetados pelo período de recessão, os planos de assistência médica perderam mais de 3 milhões de usuários de dezembro de 2014 ao fim de 2017. As matrículas no ensino superior privado caíram pela primeira vez em 25 anos em 2016. O número de assinantes de TV por assinatura recuou de 19,6 milhões em 2014 para 18,9 milhões em 2017. 

"Com certeza, em 2018, o setor de serviços terá taxa de crescimento positiva. Não imaginamos um crescimento superior a 3%, deve ser menos, mas entre 1% e 2% é possível", afirma Flávio Serrano, economista do Haitong. 

O setor acumulou queda de 2,8% em 2017, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada em 12 meses, considerada a melhor forma de analisar a tendência do setor, por não trazer a volatilidade das comparações mensais, tem reduzido perdas desde abril de 2017, quando chegou a recuar 5,1%. O movimento se acentuou a partir de setembro.

Para Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa de maior crescimento econômico, a queda dos juros e a reação do emprego, associados à fraca base de comparação de 2017, deverão criar condições para que o setor de serviços reaja favoravelmente ao longo deste ano, principalmente pela via do consumo. Por outro lado, os investimentos das empresas ainda deverão continuar restritos, devido ao ano eleitoral.

Após o resultado animador do setor em dezembro - alta de 1,3% em relação ao mês anterior e o primeiro resultado positivo (0,5%) na comparação anual após 32 meses de quedas -, a CNC revisou para cima a projeção para o volume de serviços em 2018, de 0,2% para 0,7%. Além dos serviços prestados às famílias, transportes devem continuar a ser destaque este ano, devido à maior alta prevista do PIB. 

 



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