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Temer diz que faltam 'só 40 votos' para aprovar reforma da Previdência

Veículo: Estadão

O presidente Michel Temer afirmou, em entrevista à RedeTV exibida na noite desta segunda-feira, 5, que faltam "só 40 votos" para o governo conseguir aprovar a reforma da Previdência na Câmara. A entrevista foi gravada na sexta-feira, 2. O presidente declarou ainda que, conforme o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, há 70 indecisos que podem decidir votar com o governo nas próximas duas semanas. Segundo Temer, o Congresso pode pegar "uma onda que traz os votos com facilidade".

O governo quer votar o texto no plenário da Câmara no dia 20. Temer declarou, na entrevista, que vai "até o fim" para aprovar a reforma da Previdência, mas que a proposta precisa ser votada em primeiro turno até o "final de fevereiro, início de março". "Estamos chegando à conclusão que não há como deixar este tema permanentemente o ano todo", disse. "Se não for votado, realmente fica difícil, aí temos que ir para outras pautas."

 

Para o presidente, a sociedade está entendendo a necessidade de reformar o sistema previdenciário brasileiro e isso deve ecoar no voto dos parlamentares. O presidente afirmou, ainda, que os parlamentares que votarem a favor da proposta vão ganhar eleitoralmente, mas reconheceu que o ano eleitoral dificulta a negociação do governo para conseguir os 308 votos necessários na Câmara. "Os candidatos não querem desagradar os eleitores." Além disso, Temer disse que há uma "natural resistência" de corporações contra a reforma.

 

Temer afirmou também que, se a reforma for aprovada agora, o assunto não será tema das eleições presidenciais. Do contrário, o presidente acredita que os candidatos serão questionados sobre seu posicionamento em relação à Previdência.

Mais uma vez, o emedebista destacou que, se a reforma não for feita agora, o sistema previdenciário pode "quebrar" em dois ou três anos. Temer declarou que poderia "silenciar" e deixar o assunto para outro governo, mas que está pensando nos próximos presidentes ao propor a medida. Temer prometeu que, se aprovada a reforma, mudanças para os militares serão feitas na sequência.

Candidatura. Temer disse  que o MDB pensa em ter candidato próprio ao Planalto na eleição de outubro, mas não pensa em ser candidato à reeleição e que a primeira-dama, Marcela Temer, não gostaria que ele se lançasse na disputa.

"Há essa perspectiva. Evidentemente, o PMDB, com a capilaridade que tem em todo o País, pensa numa candidatura própria", disse Temer. O presidente afirmou, no entanto, que não cogita ser o candidato. "Eu não penso nisso. Meu desejo é fazer uma gestão (...) histórica."

 

Temer repetiu que é preciso ter um candidato "que defenda o legado" do governo, e mais uma vez desafiou opositores a discursarem contra sua gestão durante a campanha eleitoral. O emedebista evitou, no entanto, comentar cenários eleitorais. "Estamos muito no começo, só lá na frente é que vamos ter um quadro real."

O presidente comentou sobre sua falta de popularidade. "Eu não quero unanimidade. [Se] o sujeito não vai com minha cara, paciência. Se tiver bons ouvidos, pode ouvir meus argumentos e começar a ir com a minha cara", disse. Para Temer, a população "começa a sentir a partir de agora" os efeitos positivos de sua gestão.

Contas públicas. Durante a entrevista, o presidente admitiu que o governo poderá rever a regra de ouro. A norma impede o governo de tomar dívida para financiar gastos correntes. "Ao longo do ano, se for o caso, poderá haver alguma modificação, de natureza legislativa, constitucional." Temer insistiu que o governo está reduzindo despesas e que, com a regra do teto de gastos, há a expectativa de o valor arrecadado se igualar ao valor gasto em aproximadamente dez anos.

 

Cristiane Brasil. Perguntado sobre a tentativa de nomear a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho, frustrada por uma sequência de decisões judiciais, Temer disse que vai aguardar a definição do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente comentou que fará a reforma ministerial em abril, quando os ministros que querem disputar as eleições devem se desincompatibilizar dos cargos. "Ali vou verificar qual composição eu faço", disse.

 

Semipresidencialismo. Defensor de uma mudança no formato de governo, Temer disse que é provável que sua gestão proponha, ainda em 2018, uma emenda constitucional para estabelecer o semipresidencialismo no País, para vigorar a partir de 2022. O presidente disse estar conversando com o ministro Gilmar Mendes, do STF, e com outros "companheiros" para formular o conteúdo da proposta. "A vantagem disso é que você divide responsabilidades com o Poder Legislativo, que seria mais atuante nas questões de governo."



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