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Veículo: Valor Econômico  

Seção: Empresas 

"Nós temos os mesmos valores que você", anuncia o e-commerce da Brandless, startup baseada em São Francisco, na Califórnia. Desde sua criação, em julho deste ano, a empresa vem causando burburinho no mercado americano pela ousadia da proposta. A ideia da marca "sem marca" ("brandless", no nome em inglês) vem acompanhada de uma série de inovações. Em primeiro lugar, a empresa abandonou a apresentação tradicional dos produtos em favor de embalagens em cores neutras, sem nenhuma marca estampada. O que está em destaque são as informações sobre o produto: se é orgânico, se não tem aditivos, se a produção não envolveu crueldade com animais etc. Outra novidade é a enorme variedade de produtos, de diferentes categorias, todos pelo mesmo preço: US$ 3. Para conseguir chegar a esse valor, os fundadores Tina Sharkey e Ido Leffler eliminaram o que chamam de "brand tax" - o valor pago pelo cliente para ter o privilégio de consumir uma determinada marca. Ao criar a Brandless, os fundadores tinham como público-alvo os millenials - jovens que mostram preocupação com a sustentabilidade do produto.

"Nós queremos reformular as relações de consumo, promovendo a transparência entre empresas e consumidores", afirma a empreendedora. Em suas transações, a empresa se baseia nos princípios do Fair Trade (comércio justo), que defende o contato direto entre produtor e comprador, evitando a burocracia e minimizando influências do mercado externo. Para garantir a qualidade, a marca trabalha apenas com produtos certificados, não-tóxicos, sem conservantes, feitos com produtos orgânicos, que não são testados em animais e não contêm aditivos potencialmente prejudiciais à saúde. Os investidores estão bancando a aposta: até agora, a startup já recebeu US$ 50 milhões em três rodadas de investimentos