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IPCA desacelera e repete cenário benigno de setembro de 2016, projetam analistas

Veículo: Valor Econômico 

Seção: Macroeconomia 

A inflação de setembro pode ter registrado, pelo segundo ano seguido, o resultado mais baixo para o mês em quase duas décadas. A estimativa média de 25 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta alta de 0,08% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês passado. Se confirmado, será o mesmo resultado de setembro do ano passado, o menor desde 1998. O número oficial será divulgado amanhã. Em agosto, o IPCA foi de 0,24%, e o acumulado de 12 meses teve alta de 2,46% - o menor número desde fevereiro de 1999. Se confirmada a alta de 0,08% em setembro, o acumulado também deve permanecer estável, em 2,46%. "É um cenário bastante benigno", diz Rafael Leão, economista-chefe da Parallaxis Consultoria.

Os destaques positivos são os alimentos, mais uma vez, e a energia elétrica. A Tendências calcula que o IPCA foi de 0,11% em setembro, beneficiado por recuo no grupo Habitação. De acordo com a consultoria, a mudança na bandeira tarifária de vermelha para amarela no mês passado levou o IPCA para baixo. Outro grupo com queda nos preços, de acordo com a Tendências, foi o de Transportes, com o fim da alta nos combustíveis em decorrência do aumento da alíquota do PIS/Cofins. Na visão da Parallaxis, a oferta de alimentos continua levando os preços desse produtos para baixo. A consultoria calcula que os preços do grupo Alimentação e Bebidas caíram 1,05% no mês passado.

O UBS chama a atenção para o fato de os preços da alimentação em domicílio continuarem caindo também em prazos de comparação mais longos. Em relação ao mesmo período do ano passado, os preços desse item apresentaram nos meses mais recentes queda de aproximadamente 5%. Mas no começo de 2016, na comparação com o mesmo período de 2015, esses preços apresentavam alta de cerca de 15%. Agora, outros fatores exercem um papel importante na manutenção da inflação baixa, segundo o banco suíço.

São eles: expectativas do mercado alinhadas com metas do Banco Central; preços de commodities em reais relativamente estáveis; ampla capacidade ociosa em toda a economia; e menor inércia inflacionária. "A aceleração da inflação deve ser lenta", diz a instituição financeira, que calcula IPCA de 2,9% em 2017 e de 3,8% em 2018 - ambas abaixo do piso da meta estabelecido pelo BC.

Já a equipe econômica do Santander destaca que, se a sua projeção de 0,11% para o IPCA no mês passado se confirmar, o indicador acumulará alta de "míseros" 1,7% neste ano. Leão, da Parallaxis, calcula que a partir de outubro o indicador deve começar a subir no acumulado de 12 meses, terminando este ano em 2,94% e o ano que vem em 3,63%. Isso, no entanto, não altera a conjuntura favorável para a inflação, segundo ele. O economista lembra que o Boletim Focus vem apresentando semana após semana queda nas projeções médias para a inflação tanto de 2017 quanto de 2018 (atualmente em 2,95% e 4,06%, respectivamente).

 



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