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RH na era digital: novos tempos, novas regras

Veículo: Valor Econõmico 

Seção: Matérias

Na empresa do futuro, a tecnologia redefine os padrões de liderança, gestão de equipe e até mesmo o conceito do termo “trabalho”. Seu RH está pronto para a nova era?

Nunca foi tão necessário mudar. E de modo tão rápido. Por isso a escolha do termo “reescrever as regras” feita pelos pesquisadores que assinam o estudo global da Deloitte, Global Human Capital Trends: Rewriting the rules for the digital age. Elaborado a partir de pesquisas em mais de 140 países, o levantamento aponta tendências sobre gestão de capital humano, principalmente no que diz respeito ao impacto da tecnologia no trabalho. Negócios e líderes de RH não mais podem operar de acordo com antigos padrões. As novas regras refletem-se nas mudanças de mentalidade e comportamento necessárias para liderar, organizar, motivar, gerenciar e engajar a força de trabalho do século 21.

Aquisição de Talentos e Liderança na era digital

Na empresa do futuro, hierarquias estruturadas dão lugar a equipes eficientes e prontas para entrarem em campo, dentro de uma ampla gama de distintos talentos. Para os RHs, a forma de encontrar e desenvolver talentos mudou. Empregados devem aprender e reaprender habilidades de forma rápida e personalizada. Ferramentas analíticas, cognitivas e redes sociais tornam-se fundamentais para conectar pessoas e empresas. Globalmente, 81% dos respondentes apontaram a aquisição de talentos como a 3ª tendência mais importante, enquanto no Brasil a importância cai curiosamente para o 8º lugar, em grande parte, pelo momento econômico pelo qual o país atravessa.

Segundo Kelly Ribeiro, diretora da área de Consultoria em Capital Humano da Deloitte, os recursos analíticos têm sido utilizados principalmente pelas áreas de atração de profissionais, uma vez que permitem cruzar dados de candidatos internos e externos para preenchimento adequado de vagas. A quantidade de indicadores para efetuar os “matches” é inúmera e flexível de acordo com cada necessidade e indústria. Outro uso inovador é o Organizational Network Analysis (ONA) para análise de relacionamentos e comportamentos de times de alta performance e, assim, viabilização de modelos de trabalho em outras equipes, aumentando qualidade e satisfação dos clientes.

“Observamos que algumas empresas estão inovando por meio de uma combinação de ações digitais na atração de talentos, como o uso de gamificação em conjunto com entrevista por vídeo. Trata-se de uma das abordagens para rápida qualificação dos candidatos. Com o objetivo de criar uma melhor experiência, várias companhias utilizam a mobilidade para atração e seleção de candidatos de forma massiva, com uso de geolocalização e Analytics. A seleção se torna mais ágil e os candidatos têm maior aderência aos requerimentos da vaga”, diz Kelly.

À medida que as empresas embarcam na transformação digital, novos perfis de liderança se apresentam. Empresas esperam por profissionais mais ágeis, flexíveis, com mentalidade jovem e, principalmente, que captem o “modo digital” de gerir o negócio. “É crítico para as empresas desenvolverem líderes que alavanquem a capacidade digital. Apenas 5% sinalizam que possuem liderança com boa maturidade para o tema. A lista de habilidades e competências é grande em busca desses líderes no mercado, contudo a resposta não está somente no indivíduo ideal. O questionamento é de como esses líderes devem pensar, executar e reagir. A empresa deve ter certas características culturais que viabilizem a transformação”, complementa a executiva.

RH e TI juntos na transformação

Com recursos tecnológicos implementados com sucesso em parceria com a área de recursos humanos, a rede de restaurantes Habib’s é um exemplo de sinergia entre as duas áreas. “O uso da tecnologia em todos os segmentos da organização é crucial para uma gestão eficiente e assertiva, porém a escolha correta das ferramentas tecnológicas é o primeiro fator de sucesso, o qual nunca pode ser uma decisão tendo como base apenas a ótica de Tecnologia. No caso das ferramentas de gestão de pessoas, a diretoria de RH e de Tecnologia trabalharam lado a lado na busca de soluções eficientes, analisaram detalhadamente as funcionalidades apresentadas e definiram juntas a melhor solução para a necessidade atual e projeção futura da empresa”, diz Claudio Marassi do Habib’s.

Para Marassi, a geração Millennial (pessoas nascidas entre os anos de 80 até início de 2000) traz em sua essência a conexão com o mundo digital e espera que seus desafios na vida corporativa tenham tanto dinamismo quanto ao que eles se acostumaram a lidar em suas vidas fora da empresa. “Não existe mais como reter talentos sem que a cultura da organização seja readaptada”, diz Marassi. A empresa que quiser estar pronta para o sucesso no futuro, precisa estar aberta e saber lidar com conceitos já adotados por grandes corporações. “Home office, horários de trabalhos flexíveis, análise de desempenho por entrega e não mais por presença física, ferramentas de colaboração, entre outras soluções e conceitos modernos são alguns deles. Para isso, é preciso que as ferramentas de gestão de pessoas estejam prontas para lidar com todos esses cenários”, afirma Marassi.



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