Notícias

Deflação persiste e alívio monetário histórico é considerado

Veículo: Valor 

Seção: ValorInvest 

A inflação medida pelo IGP-M caiu quase o dobro em um mês. A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou nesta manhã que o indicador teve deflação de 0,95% na 1ª prévia de julho, ante deflação de 0,51% na 1ª prévia de junho. A série histórica do índice __ composto em 60% por preços no atacado, 30% no varejo e 10% na construção civil __ mostra que a inflação brasileira iniciou o segundo semestre com a menor taxa da sua história. A série teve início em 1989. Esse resultado é mais um a incentivar os bancos a reavaliarem suas projeções para a taxa Selic do ano. Na pesquisa Focus publicada ontem pelo Banco Central (BC), os prognósticos do mercado para o juro básico ao final de 2017 e 2018 recuaram igualmente 0,25 ponto percentual, respectivamente, para 8,25% e 8%. 

No mercado já se cogita Selic pouco acima de 7% em dezembro. Se essa avaliação otimista for confirmada, o BC terá promovido um alívio monetário histórico, de 7,0 pontos percentuais em pouco mais de um ano. O ciclo de flexibilização monetária começou no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro do ano passado, deslocando a Selic de uma longa estabilidade em 14,25% para 14%. Hoje, a taxa está em 10,25%. A aposta em índices de inflação ainda declinantes é renovada pela perspectiva de que a deflação dos preços no atacado ainda chegarão, ao menos em parte, ao varejo. A Focus também registrou ontem revisões das estimativas de IPCA para este ano e para 2018. E a mediana do mercado para este ano já está em 3,38%. Contudo, para o ano que vem, a projeção de inflação, embora em leve queda, se mantém alinhada à nova meta de 4,25% definida para 2019, na última reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). O colegiado, que esticou a antecipação da meta a ser cumprida pelo BC de dois para três ano, fixou o alvo para 2020 em 4% ao ano. 

Em tempo: Em entrevista à “Revista Época” desta semana, o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn disse que não se espera mais deflação à frente. Questionado sobre a deflação mensal de junho, a primeira em onze anos, Ilan afirmou que ela ocorreu por fatores pontuais, como a queda da tarifa de energia elétrica, gasolina e alimentos. “Não se espera uma deflação à frente. Mas a queda da inflação é uma tendência que veio para ficar e contribui para o bem-estar da população”, afirmou. 



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar