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Setor de consumo deve ter mais fusões e aquisições

Veículo: Valor

O mercado latino-americano de varejo e consumo teve em 2016 o pior resultado de fusões e aquisições em dez anos, mas deu sinais de retomada do crescimento de operações no primeiro trimestre de 2017. A consultoria A. T. Kearney estima que a atividade de fusões e aquisições no mercado de consumo e varejo da América Latina voltará a crescer neste ano.
De acordo com a consultoria, a consolidação é um tema chave na região, uma vez que o ritmo de crescimento de vendas na América Latina continua lento, principalmente no Brasil. A A. T. Kearney pondera, no entanto, que as incertezas políticas e econômicas podem desencorajar investimentos. O aumento do nacionalismo nos Estados Unidos pode ser um desafio para o México, enquanto no Brasil, a demora na retomada do crescimento da economia pode desestimular as transações.
Baseado em entrevistas com presidentes de empresas de varejo, o estudo da A. T. Kearney revela que 67% dos pesquisados acreditam que haverá um aumento de fusões e aquisições neste ano.
Em 2017, já foram anunciadas na América Latina transações de cerca de US$ 3,9 bilhões. Esse valor representa 45% do total de transações realizadas no setor de varejo e consumo no ano passado. No primeiro trimestre, os anúncios confirmados somaram US$ 1,4 bilhão, incluindo a compra da Brasil Kirin pela Heineken por US$ 1,1 bilhão. Outros mega-acordos são esperados para a região, considerando o interesse do Grupo Pão de Açúcar (GPA) de vender sua participação na Via Varejo, dona das redes Casas Bahia e Ponto Frio.
A conclusão de fusões como as da Essillor-Luxottica e da Walgreens-Rite Aid serão cruciais para aumentar os números em 2017 no mundo. As pequenas aquisições também são importantes e continuarão gerando inovação e oportunidades de crescimento, segundo a A. T. Kearney. Neste cenário global, a Europa e a América do Norte foram responsáveis por 75% do valor total de transações de 2016.
Em 2016, foram registradas na América Latina 147 transações de fusões e aquisições na categoria de varejo e consumo, 23% menos do que o total de transações de 2015. Em valor, a queda foi de 43%, para US$ 7,9 bilhões. As categorias de alimentos e bebidas e cuidados pessoais representaram a maioria das operações no período.
O estudo também mostra que a região atraiu menos investidores estrangeiros do que em anos anteriores. Em 2016, investidores de fora da América Latina representaram 29% do total transacionado na região, ou US$ 5,6 bilhões. Em 2015, os estrangeiros responderam por 53% dos US$ 13,8 bilhões investidos em fusões e aquisições, ou US$ 7,3 bilhões.
As fusões e aquisições no Brasil de empresas de varejo e consumo somaram US$ 4,6 bilhões em 2016, ante US$ 8,7 bilhões no ano anterior, uma queda de 47,1%. O valor das empresas negociadas caiu 39% no mesmo período, considerando o múltiplo que relaciona valor de mercado da empresa mais dívidas (EV) e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
Entre os países da América Latina, o México foi o único que elevou o número de acordos, com crescimento de 53% em comparação a 2015. As maiores operações foram a compra da Vonpar no Brasil pela Coca-Cola Femsa, e a venda do negócio de cosméticos da Hypermarcas para a Coty.
Globalmente, foram registradas 58 megatransações em 2016, avaliadas em mais US$ 1 bilhão, com os setores de bens de consumo e alimentação apresentando crescimento de 46%.

 



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