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Startups lançam plataforma para auxiliar contrato de blogueira e modelo

Veículo: Folha

Para além das lojas virtuais de vestuário que saltam na internet todos os anos, há um novo campo com potencial de crescimento nesse setor: o das ferramentas digitais que facilitam parcerias financeiras entre pessoas e o mercado de moda. Duas startups saíram recentemente da fase de testes e colocaram na rede plataformas para auxiliar modelos e blogueiras a fecharem contratos com empresas. Os amigos Ícaro Carreira, 27, Fábio Galvão, 28, e Danilo Iannone, 29, desembolsaram R$ 200 mil na criação da It Model, que atende aspirantes a modelos —a empresa recebeu ainda R$ 300 mil da aceleradora Planet Startup. Qualquer pessoa pode se cadastrar no site. Depois, é preciso colocar fotos. As imagens passam por uma triagem, na qual são apontados erros de postura e ângulo em frente à câmera. Selfies não são permitidas.

Com base na cidade e no tipo de pessoa procurada, a ferramenta combina perfis e ofertas de trabalho. Conferida a disponibilidade dos modelos, as opções são passadas à empresa interessada, que faz a seleção e o contrato. "Não fazemos o trabalho da agência, servimos mais como um 'LinkedIn' do que como um 'Uber' de modelos", diz Galvão. Os anúncios mais recorrentes são para seleções de agências de eventos, ofertas de ensaios para fotógrafos profissionais e convites para ilustrar catálogos de pequenas marcas. Segundo os sócios, são quase 50 mil modelos inscritos. Foi esse número que despertou o interesse da aceleradora Planet Startup. O lucro do It Model vem de um clube de assinaturas. O modelo paga a partir de R$ 29,90 por mês e recebe descontos em serviços como academia, procedimentos estéticos e ensaios fotográficos. A empresa diz que, em breve, haverá uma ferramenta de cursos virtuais. Galvão, um dos sócios da startup, diz que a plataforma pode ajudar todo o setor. "Para as agências é uma forma de divulgar o trabalho de modelos já consolidados e abrir outros mercados". Para dar certo, porém, a It Model ainda precisa convencer os donos das agências mais importantes do país a abraçar a ideia. Responsável pela carreira de tops como Laís Ribeiro e Raica Oliveira, Liliana Gomes —sócia da Joy Model—, não vê com bons olhos a iniciativa. "Parece um retorno ao século passado, quando as modelos trabalhavam informalmente, eram exploradas, mal pagas. Uma capa de revista qualquer garota vai querer fazer, mas é a agência que vai saber se aquele trabalho vale a pena", diz ela. Para ela, a startup tem pouco a acrescentar. "Seria como ir a um supermercado, com várias opções num só lugar, enquanto as agências estão mais para butique." A escolha por um rosto, diz ela, está baseada na personalidade da modelo. "As marcas hoje procuram pessoas que tenham identidade nas redes sociais, sejam uma extensão do produto que eles querem vender. Isso é um trabalho de imagem que só a agência pode construir".

INFLUÊNCIA SOCIAL Essa relação entre imagem e venda é o ponto central da rewardStyle, empresa dos EUA que criou uma tecnologia para direcionar imagens publicadas em redes sociais por blogueiras para os sites das grifes fotografadas. A ferramenta, que só pode ser acessada mediante convite, mensura o poder de influência com base na quantidade de vendas a partir da postagem. Quase dez meses após o início da versão beta em território nacional, já há 50 perfis conectados à ferramenta ­que no exterior é usada por celebridades como Kim Kardashian e Kylie Jenner. No Brasil, 35 varejistas fizeram acordo com a empresa, entre elas estão Sephora, Farfetch, e Dafiti. As empresas pagam comissão sobre as vendas efetuadas a partir da plataforma, e as blogueiras ganham um percentual de cada negócio. A taxa nos EUA fica em torno de 20%. Segundo o diretor da operação brasileira, Philip Kauders, a expectativa é que, no futuro, o país represente 10% do total das vendas globais, que neste ano devem chegar a R$ 3 bilhões. Para ele, a plataforma traz estatística para um mercado atualmente baseado em "achismos". "Ao mesmo tempo que as marcas não sabem exatamente qual o retorno do investimento em uma blogueira, ela não sabe como cada marca atinge seus seguidores", afirma Kauders.

NA MODA A movimentação do mercado de vestuário no país R$ 176,6 bi é o total movimentado pelo setor de vestuário no Brasil 16,3 mil novas vagas de trabalho foram criadas no setor têxtil entre janeiro e abril 240 mil produtos são lançados por ano no país que precisam de imagens de modelos.



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