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“A economia brasileira pode crescer com desemprego elevado?”
Veículo: Valor
Seção: ValorInvest
Três economistas do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Itaú Unibanco, chefiado pelo exdiretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, respondem à questão estampada no título deste post em análise distribuída nesta quartafeira. A resposta para esta pergunta exige uma análise da produtividade do trabalho, lembram os economistas. “Se a economia crescer com base em ganhos de produtividade, é possível que observemos uma recuperação expressiva da atividade, antes de uma recuperação expressiva do nível de emprego. Em outras palavras, se cada trabalhador já empregado na economia aumentar seu nível de produção, o PIB cresce sem necessidade de aumento no pessoal ocupado”, escrevem os economistas Fernando Gonçalves, Luka Barbosa e André Matcin.
No cálculo do ritmo de crescimento da produtividade __ a partir da razão entre o PIB e pessoal ocupado __ os três economistas do Itaú utilizaram a PNAD Contínua do IBGE e o CAGED e fazem duas observações: em primeiro lugar, que a produtividade tende a ser prócíclica em períodos de inflexão da atividade econômica, recuando nas recessões e se recuperando na saída dessas recessões; em segundo lugar, que a produtividade está em deterioração desde o início da recessão em meados de 2014. “Mas essa deterioração já parece estar se revertendo na margem”, alertam. A partir da aplicação [nos cálculos] de indicadores projetados pelo Itaú Unibanco __ PIB em alta de 1% em 2017 e 4% em 2018, taxa de desemprego ascendente atingindo 14% ao final do 1º trimestre de 2018 recuando lentamente para 13,6% ao final de 2018 __ os economistas concluem que a produtividade ainda não terá recuperado o nível registrado prérecessão.
Em tempo: “Em recuperações econômicas, o aumento da produtividade leva à redução do percentual do custo da mão de obra no custo total de produção, como destacado no último Relatório de Inflação do Banco Central do Brasil. Deste modo, o caráter prócíclico da produtividade contribui para recuperação dos lucros e para a desalavancagem das empresas na saída de recessões”, afirma a análise assinada por Fernando Gonçalves, Luka Barbosa e André Matcin.
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