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Economia global não deve acelerar neste ano, indica a OCDE

Veículo: Valor 

Seção: Internacional 

Uma aceleração do crescimento econômico mundial parece menos provável neste ano, aponta um indicador da atividade para os próximos meses nos principais países, incluindo EUA e China, diz a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE). Esse indicador antecedente procura antecipar momentos de inflexão da atividade em relação à sua tendência, com seis a nove meses de antecedência, com base em dados de encomendas, confiança empresarial e movimento no mercado de ações, por exemplo. Num índice em que 100 representa a média de longo prazo, o indicador dos países industrializados ficou quase estável em 100,08 em março, ante 100,06 de fevereiro. 

Segundo a OCDE, a tendência nos EUA, Japão, Reino Unido e na maior parte da zona do euro­ incluindo França e Itália ­ é de crescimento estável. Por sua vez, na Alemanha ­ maior economia do euro ­ e no Canadá a atividade econômica tem mais impulso que em outros países desenvolvidos. "Em fevereiro havia sinais mais fortes do crescimento nos EUA, na China e no Reino Unido, mas agora eles não são mais de aceleração", afirmou ao Valor o chefe da unidade de indicadores compostos da OCDE, Roberto Astolfi. "Os novos dados, de março, têm um intervalo temporal maior sobre tendências para os próximos nove meses." 

Nos grandes emergentes, a tendência se alterou ligeiramente. Na China, em vez de aceleração, agora os indicadores apontam para expansão estável. Já na Índia, há melhora. No Brasil e na Rússia, o crescimento continua a ganhar impulso, depois da pior recessão dos últimos tempos. No começo do ano, e diante das promessas com o presidente Donald Trump, a expectativa nos mercados era de forte aumento de gastos e cortes de impostos nos EUA, o que daria impulso ao crescimento americano e mundial. 

Agora, globalmente "as expectativas de crescimento muito mais rápido estão diminuindo", avaliou Sergei Guriev, economista­chefe do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, ao "The Wall Street Journal". No primeiro trimestre, o crescimento econômico global desacelerou para menos de 3% em ritmo anual, mas a consultoria Capital Economics projeta recuperação no segundo trimestre. Argumenta que a economia dos EUA tem condições de recuperar o ímpeto, ainda mais que a tendência do consumo parece estar inclinado para a alta. Na zona do euro, o crescimento já foi forte no primeiro trimestre e pesquisas sugerem que vai acelerar ainda mais. A atividade no Reino Unido também deve melhorar, na avaliação da consultoria. 

A empresa nota, em contrapartida, que a queda do PMI (Índice de Gerentes de Compras) da China de abril é outro sinal de que a segunda maior economia do mundo começou a desacelera

E acredita que, se os números de geração de emprego de abril e maio para os EUA forem razoavelmente fortes, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) provavelmente aumentará novamente as taxas de juros em junho. Mas com a inflação subjacente ainda bem abaixo da meta na zona do euro e no Japão, esses bancos centrais não terão pressa em sinalizar o fim da política monetária ultra­frouxa, e portanto, do período de dinheiro muito barato. 



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