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Ibovespa tem dia positivo com bom humor global e dólar cai

Veículo: Valor Econômico
Seção: Finanças

­ A diminuição da aversão ao risco em nível global impulsiona a bolsa de valores brasileira nesta terça­feira (2), enquanto os investidores acompanham as negociações sobre a reforma da Previdência Social. O Ibovespa ganhava 1,98%, com 66.696 pontos, às 13h22, seguindo as altas nos mercados asiáticos e europeus. O dólar comercial caía 0,25%, para R$ 3,1671, e os juros futuros tinham viés de baixa.

O mercado externo vive um clima mais positivo hoje depois da divulgação de indicadores mostrando o aumento da atividade industrial na zona do euro, os quais ajudam a alimentar o otimismo quanto ao crescimento mundial. Também contribuem para o bom humor o acordo entre a Grécia e seus credores, garantindo a continuidade do plano de socorro ao país, e a percepção de que o centrista Emmanuel Macron tende a vencer a representante da extrema­direita, Marine Le Pen, no segundo turno das eleições presidenciais da França, que se realizam no próximo domingo (7). 

Outro fator a explicar a tranquilidade nas bolsas é a expectativa amplamente majoritária de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, mantenha os juros básicos da economia americana inalterados em 1% ao final da sua reunião de política monetária amanhã (3). No Brasil, as empresas do setor de consumo têm o melhor desempenho, apoiadas na melhora das perspectivas para a economia brasileira. O mercado continua reduzindo levemente as suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central (BC), divulgada hoje. Ao mesmo tempo, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu pela segunda semana consecutiva e está agora em 0,46%. 

As principais altas do horário são JBS ON (4,91%), Rumo ON (4,70%), Americanas PN (4,57%), BRF ON (3,34%) e Copel PNB (3,11%). Já entre as principais quedas estão Embraer (­2,99%, após divulgação do balanço do primeiro trimestre, que apontou queda de 65% no lucro), Eletrobras ON (­1,16%), MRV ON (­0,63%), Equatorial ON (­0,52%) e Cosan ON (­0,52%)

Câmbio

O mercado de câmbio mostra instabilidade no retorno do feriado de 1º de maio. A expectativa dos investidores é pela aprovação da reforma da Previdência amanhã (3), na comissão especial da Câmara, abrindo espaço para queda do dólar. No entanto, a busca por proteção diante dos riscos de “surpresas” conduzem a divisa a movimentos pontuais de alta. Por volta das 13h33, o dólar comercial caía 0,26%, cotado a R$ 3,1666, próximo da mínima de R$ 3,1606, após ter avançado até a máxima de R$ 3,1953. O contrato futuro para junho, por sua vez, operava em baixa de 3,1953. O contrato futuro para junho, por sua vez, operava em baixa de 0,30%, aos R$ 3,191, tendo oscilado entre R$ 3,2195 e R$ 3,1850.

3,1953. O contrato futuro para junho, por sua vez, operava em baixa de 0,30%, aos R$ 3,191, tendo oscilado entre R$ 3,2195 e R$ 3,1850. “Esses movimentos de proteção tendem a ser pontuais e não necessariamente sustentam o dólar em alta durante a sessão”, explica o operador Cleber Alessie Machado Neto, da H.Commcor. Além da cena política, a cautela também é trazida pela sequência de eventos de risco no exterior. Amanhã, os investidores analisam o anúncio de política monetária do Fed em busca por sinais sobre futuros aumentos de juros e o plano de diminuir seu balanço patrimonial.

Já a decisão em si do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deve ser pela manutenção dos Fed Funds, entre 0,75% e 1,00%. O informe ocorre às 15h de quarta­feira, seguida de entrevista coletiva da presidente da instituição, Janet Yellen. Juros Os juros futuros voltam a operar em queda nesta terça­feira, após avanço pontual no meio da manhã. A leitura entre os investidores é de que a reforma da Previdência deve ser aprovada amanhã na comissão especial da Câmara, com pouco efeito das manifestações populares dos últimos dias, garantindo assim um ambiente mais favorável para os negócios. Isso não significa, entretanto, que os investidores estejam abandonando uma postura cautelosa em relação à futura tramitação da medida. 

“O mercado mostra algum nervosismo, mas tem preferido olhar um viés mais positivo e pode estar conivente com o risco de uma desidratação da reforma”, diz o executivo de uma gestora nacional. Por volta das 13h37, o DI janeiro de 2021 exibia 9,960%, ante 10,000% no ajuste anterior. Já o DI janeiro de 2018 marcava 9,455%, ante 9,480% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2019 apontava 9,320%, ante 9,350% na mesma base de comparação. 

“O mercado prefere se posicionar vendido nas taxas porque a inflação mostra que há espaço para queda de juros”, explica o trader de renda fixa da Quantitas, Matheus Gallina. “A projeção do Focus melhorou, mesmo que de maneira marginal, e mostra ancoragem forte das expectativas, permitindo que BC continue reduzindo juros”, acrescenta.

(Denyse Godoy e Lucas Hirata | Valor) 



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