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Estrangeiros redefinem prazos e taxas e voltam aos títulos brasileiros

Veículo: Valor Econômico
Seção: Valor Investe

Os investidores estrangeiros aumentaram discretamente sua posição em títulos públicos federais de fevereiro para março. O saldo passou de R$ 412,56 bilhões para R$ 412,74 bilhões. O aumento de R$ 180 milhões em nada é comparável ao desinvestimento de R$ 15 bilhões observado de janeiro a março. Márcia Tapajós, coordenadora de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, explicou que os estrangeiros seguem reduzindo posição em títulos de curto prazo em velocidade superior à recomposição feita em novas colocações de prazo mais longo. “A expectativa é de que em algum momento esse movimento se estabiliza e se reverta”, disse, durante coletiva para apresenta o relatório mensal da Dívida Pública, segundo relato do repórter Eduardo Campos. Apenas em abril, esses investidores colocaram R$ 4,4 bilhões em papéis do governo brasileiro. Sem rolagem antecipada, esse montante compensaria 30% do desinvestimento no trimestre. 

Essa oferta de recursos é importante sem dúvida e ajuda a alimentar a expectativa de reversão de tendência das aplicações dessa classe de investidores que não disfarça __ e nem precisa __ seu interesse em obter rendimentos mais elevados. Não à toa, em meio ao ciclo de afrouxamento monetário executado pelo Banco Central (BC), os estrangeiros migram do curto prazo para os mais longos, especialmente, para NTNF (prefixados com pagamento semestral de cupom) com vencimento em 2023 e 2027 e NTN­B para 2022. Quanto mais longo o prazo de aplicação, mais vantagem o investidor tem durante um ciclo de queda do juro. Os ativos prefixados de prazos mais dilatados travam o rendimento atual para papéis que futuramente poderão estar pagando bem menos, se o BC for bem sucedido na flexibilização monetária que teve início em outubro do ano passado. 

Aumento ou queda na remuneração dos investidores pode ser avaliada pelo comportamento do custo médio de financiamento da dívida mobiliária. O custo do Tesouro corresponde ao ganho do aplicador. O custo do financiamento em NTN­F acumulado e 12 meses subiu 0,43 ponto percentual entre março de 2016 e março deste ano, de 11,85% para 12,28%; o custo da LTN avançou mais de 1 ponto percentual, de 11,77% para 12,85%; o custo / remuneração da LFT, indexada à taxa básica de juro, ficou praticamente estável em 13,77% no mesmo período. O custo de financiamento da posição do Tesouro lastreada em NTN­B __ papel indexado ao IPCA __ desabou 5,2 pontos, de 15,97% em 12 meses encerrados em março de 2016 para 10,77% em março deste ano. Nesse caso, a queda da inflação patrocinou o ajuste. 

Em tempo: Em março de 2016, o IPCA estava acumulado em 9,39% em 12 meses; em março de 2017, em 4,57%. 



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