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Copom inclui no Comunicado um 4º “fator de risco” para a inflação

Veículo: Valor 

Seção: ValorInvest 

O Banco Central do Brasil não está indiferente à turbulência política __ ampliada com a divulgação da “Lista de Fachin” __ que pode vir a atrapalhar o curso das reformas no Congresso Nacional. Não à toa, a diretoria da instituição elevou de três para quatro os fatores de risco para a inflação, “em ambas as direções”, em seu cenário básico. O Copom promoveu a “fator de risco” no Comunicado divulgado ontem, uma observação sobre reformas que constava no Comunicado da reunião de fevereiro: “A aprovação e implementação das reformas, notadamente as de natureza fiscal, e de ajustes na economia são relevantes para a sustentabilidade da desinflação e para a redução da taxa de juros estrutural.” Os outros três fatores de risco listados no Comunicado de fevereiro foram mantidos ontem. 

São eles: 

1­- O alto grau de incerteza no cenário externo pode dificultar o processo de desinflação; 

2­- O choque de oferta favorável nos preços de alimentos pode produzir efeitos secundários e, portanto, contribuir para quedas adicionais das expectativas de inflação e da inflação em outros setores da economia; 

3­- A recuperação da economia pode ser mais (ou menos) demorada e gradual do que a antecipada

O Comitê indicou também que a intensificação moderada em relação ao ritmo de corte da Selic das reuniões de janeiro e fevereiro __ de 0,75 ponto percentual para 1,0 ponto ontem __ “mostra­se, no momento, adequada”. Considerando que este Banco Central não se apega a termos específicos para apresentar cenários e decisões ao mercado, a expressão “no momento” tem particular relevância. “No momento” é o tempo presente. O Copom diz ainda no Comunicado__ repetindo a observação feita em fevereiro __ que “a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira, que continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo”. E acrescenta que [a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá] “também da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima e das projeções e expectativas de inflação”. 

Enquanto no Comunicado de fevereiro o Copom ressaltou que uma “possível intensificação” do ritmo de flexibilização monetária dependeria da estimativa da extensão do ciclo, “mas, também, da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco e das projeções e expectativas de inflação”. No Comunicado distribuído ontem à noite, ontem, o Comitê ressaltou que “o ritmo de flexibilização monetária” dependerá da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que por sua vez dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima, e das projeções e expectativas de inflação. 

Por fim, o documento afirma: “O Comitê considera o atual ritmo adequado, entretanto, a atual conjuntura econômica recomenda monitorar a evolução dos determinantes do grau de antecipação do ciclo”. Portanto, embora “adequado” o ritmo de flexibilização monetária pode mudar. 



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