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IBGE ajusta pesquisa e varejo passa a ter alta de 5,5% em janeiro
Veículo: Valor
Seção: Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reviu o volume de vendas de janeiro, o que implicou mudanças significativas nos números do mês, em especial em supermercados. A revisão contempla ajustes nos novos pesos da pesquisa. Com isso, o varejo saiu de queda de 0,7% para alta de 5,5% no primeiro mês de 2017, perante o mês anterior. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, foi de recuo de 0,2% para elevação de 2,8%.
Assim, a alta de 0,2% nos supermercados se transformou em aumento de 8,1% ante dezembro, feitos os ajustes sazonais. As vendas de automóveis passaram de aumento de 0,3% para 1,2%, a queda de 4,4% em combustíveis e lubrificantes foi revista para recuo de 1,3%; o recuo de 0,1% em móveis e eletrodomésticos virou alta de 2,3%. Tecidos, vestuário e calçados saíram de alta de 4,1% para 12,8%. Já a queda de 4,8% em equipamentos e materiais de escritório foi revista para recuo de 5,4%, e a queda de 1,1% em artigos farmacêuticos foi revista para alta de 1,7%. Livros, jornais e revistas, que tinham baixa de 1,9%, passaram a ter alta de 1,7%, e o decréscimo de 1,8% em outros artigos de uso pessoal e doméstico diminuiu para 0,6%.
Materiais de construção saíram de baixa de 0,8% para avanço de 1%.
Novos pesos das atividades
Os dados de janeiro foram alterados em razão da correção dos pesos das atividades que compõem a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). Essa revisão tem origem na mudança do cálculo do anobase, que serve de referência para ponderar o peso que cada atividade (supermercados, veículos, etc) tem na pesquisa. Desde janeiro, o anobase mudou de 2011 para 2014. Depois de divulgada a pesquisa de janeiro, o IBGE percebeu a necessidade de corrigir os novos pesos. Segundo o instituto, em vez de fazer uma média ponderada da receita do varejo ao longo de 12 meses para encontrar o peso de cada uma das atividades, como foi feito no cálculo do anobase de 2011, agora foi usado apenas o resultado final da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) de 2014.
O problema é que, ao fazer o ajustefino dos dados, o órgão notou a necessidade de rever os pesos de cada atividade e fez uma segunda ponderação. O IBGE ainda não divulgou como ficou a ponderação definitiva da pesquisa. Segundo o gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Pedro Quinstslr, fazer a coleta das informações para a o cálculo do anobase ao longo de 12 meses era demorado e de custo elevado e por isso os pesquisadores decidiram usar apenas o resultado da PAC de 2014. Foi a primeira vez que o IBGE usou esse modelo para o cálculo do anobase. De acordo com o pesquisador, não haverá novos ajustes como esse na série.
Segundo o IBGE, o método usado é compatível com normas internacionais. Outros países usariam esse modelo. O instituto também considerou que não houve prejuízo das informações. A revisão do resultado de janeiro, contudo, foi drástica. Na série com ajuste sazonal, o comércio varejista restrito saiu de queda de 0,7% para alta de 5,5%. O varejo ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, saiu de queda de 0,2% para 2,8%.
A mudança de anobase é usada normalmente para atualizar a estrutura de ponderação da pesquisa e refletir melhor as condições macroeconômicas. De acordo com o IBGE, os índices de janeiro de 2000 até dezembro de 2003 têm o anobase em 2000. Os índices de janeiro de 2004 até dezembro de 2011 têm o anobase em 2003. Os índices de janeiro de 2012 até dezembro de 2016 têm o anobase em 2011. Os índices de janeiro de 2017 em diante têm o anobase em 2014. Contribuiu também para a forte revisão a inclusão de informações que chegam das empresas analisadas após a publicação da pesquisa. A revisão de dados, nesse caso, é um procedimento rotineiro do IBGE, usado também em pesquisas como a que calcula a produção industrial.
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