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BC revê projeção para inflação em 2017 de 4,4% para 3,9%

Veículo: Valor 

Seção: Notícias 

A inflação anual medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2017 em 3,9% e marcar 4% em 2018. Essa é a trajetória da inflação no cenário de referência do Banco Central (BC), que considera a taxa básica de juros em 12,25% ao ano e câmbio de R$ 3,10 ao longo do período analisado. A projeção anterior era de 4,4% e 3,6%, respectivamente. Os dados constam do Relatório de Inflação (RI), que tem data de corte em 22 de março. A desaceleração do IPCA em 2017 será gradual, mas terá um repique no fim do ano. As projeções apontam inflação de 4,6% no primeiro trimestre, 3,9% no segundo e 3,3% no terceiro, fechando o ano em 3,9%. Em dezembro, as projeções eram de 5,4% no primeiro trimestre, 4,5% no segundo e 3,9% no terceiro. 

Para 2018, no cenário de referência, a projeção permaneceu saiu de 4,2% para 4,3% nos três primeiros meses, passou de 3,8% para 3,9% no segundo trimestre e foi de 3,7% para 3,9% nos três meses seguintes. O BC diz no relatório que, em processo de queda dos juros, considera o cenário de referência pouco informativo. 

No caso do cenário de mercado, que considera as projeções da pesquisa Focus para inflação e juros, o IPCA deve encerrar 2017 com alta de 4% e fechar 2018 com aumento de 4,5%. Para a inflação acumulada em 12 meses até primeiro trimestre de 2019, a projeção ficou em 4,6%. Em dezembro de 2016, as projeções eram de inflação de 4,7% para 2017 e de 4,5% para 2018.

O BC ponderou no Relatório de Inflação que as projeções apresentadas dependem ainda de considerações sobre a evolução da política fiscal e das reformas e ajustes necessários na economia. “Seus efeitos sobre as projeções são capturados por meio da influência nos preços de ativos e nas expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus. Além desses efeitos, a política fiscal influencia as projeções condicionais de inflação por meio de impactos decorrentes de medidas de curto prazo sobre a demanda agregada”, diz. O documento também destaca a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos “bem como as demais medidas de ajuste propostas, com destaque para a reforma da Previdência Social, mostram­se essenciais para assegurar a sustentabilidade do processo de desinflação e reduzir a taxa de juros estrutural na economia brasileira”. 

Estouro da meta

A probabilidade de o IPCA estourar o teto da meta de 6% em 2017 é de 4% de acordo com as contas feitas pelo BC, considerando o cenário de mercado. Pela primeira vez, a autoridade monetária divulgou a chance de a inflação romper o piso de 3% de inflação. Esse cálculo ficou em 19%. No relatório apresentado em dezembro passado, a probabilidade de não cumprimento do teto da meta era de 12% em 2017. Para 2018 a chance era de 4% estimados anteriormente. 

Pelo regime de metas para a inflação, o BC tem de perseguir uma inflação de 4,5%, mas conta um uma banda de tolerância. Em 2017, ela é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Quando há estouro da meta, o presidente do BC é obrigado a escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, explicando os motivos que levaram ao não cumprimento da meta e as ações que serão tomadas para que o regime volte a ser cumprido. No cenário híbrido, com câmbio constante e juros contemplados no Focus, a chance de a inflação deste ano superar o teto da meta é de 3% e de romper o piso, de 21%. 

Cenário híbrido

Levando em conta juros constantes em 12,25% e taxa de câmbio da pesquisa Focus em 3,9% para 2017 e 4,2% para 2018, chamado de cenário híbrido pelo BC, a inflação acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2019 foi projetada em 4,3%. No relatório de dezembro, esse cenário híbrido apontava para inflação de 4,4% em 2017 e 3,7% em 2018. O outro cenário híbrido do BC, desta vez com juros previstos na pesquisa Focus e câmbio constante em R$ 3,10, a estimativa de alta do IPCA para 2017 ficou em 3,9% e, para 2018, em 4,3%. Para o acumulado em 12 meses até o primeiro trimestre de 2019, a inflação prevista correspondeu a 4,4%. Em dezembro, a previsão para 2017 nesse cenário era de 4,7% e, para 2018, de 4,5%.

Preços administrados

O BC trabalha com um aumento de 5,9% para o conjunto de preços administrados em 2017, contra previsão anterior de alta de 5,8% apresentada na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Para 2018, a estimativa saiu de 5,3% para 5,4% de elevação. "Cabe ressaltar que o cenário básico do Copom não considera os efeitos, sobre as tarifas de energia elétrica, da alteração da forma de devolução dos valores de encargos referentes à usina de Angra 3, cujos detalhes operacionais não foram divulgados até a data de corte do presente Relatório de Inflação", aponta a autoridade monetária. 

Ainda no Relatório de Inflação, chama a atenção para o fato de que, "caso a devolução ocorra em abril, por exemplo, a inflação desse mês poderá ser significativamente menor que os 0,53% considerados, com efeito oposto ocorrendo nos dois meses seguintes, devido ao retorno da tarifa ao patamar anterior”,. “Nesse contexto, a devolução dos valores relativos aos encargos de Angra 3 teria impactos relevantes sobre as variações mensais do IPCA, sem, contudo, alterar significativamente o cenário para o ano de 2017”, traz o documento. 



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