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Reforma da Previdência é divisor de água, diz ministro do Planejamento

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

Já existe uma percepção positiva sobre o Brasil e a aprovação da reforma da Previdência vai materializar decisões de investimentos no país, afirmou o ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira. Em palestra no Latin American Cities Conferences, que é organizado pelo Conselho das Américas e ocorre em Brasília, o ministro disse que há um processo de retomada gradual e contínua da economia. Segundo ele, a intenção de investimento no país tem se recuperado. 

Para ele, o principal desafio continua sendo o ajuste das contas públicas e a primeira peça do quebra­cabeças foi a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos. Desde 1997 até hoje, as despesas públicas subiram de 14% para 20% do Produto Interno Bruto (PIB), o que significa um acréscimo de R$ 450 bilhões no orçamento anual, em valores atualizados. Neste ano, pela primeira vez, haverá uma redução ­ para algo abaixo de 19,5% do PIB. "Vamos observar uma redução gradual do tamanho do Estado na economia", afirmou. 

De acordo com o ministro, no entanto, o passo decisivo virá com as mudanças na área previdenciária. "A reforma da Previdência é um divisor de águas entre a situação pretérita e a que queremos alcançar", definiu. Sem reforma, lembrou Dyogo, a despesa com pensões e aposentadorias sairá dos atuais 7,3% para 17% do PIB em 2060. "Estamos aplicando muito em Previdência e pouco em investimentos e em inovação." Com a reforma, esse percentual deve ficar entre 8% e 9%, disse. O ministro destacou ainda a rápida e acentuada queda da inflação e acredita que os preços vão oscilar abaixo da meta de 4,5% durante algum tempo. “Isso, evidentemente, é uma boa notícia porque permite o prosseguimento de uma política monetária mais flexível”, sustentou. 

Reforçando que a economia está em processo claro e bem fundamentado de retomada do crescimento, notou que essa retomada "não será muito rápida, será gradual, mas com continuidade, sem idas e vindas, que são ruins para a confiança". "Assim, esse será um processo que vai fortalecendo a confiança e o ciclo de crescimento”, disse. Para fundamentar a expectativa de retomada sem idas e vindas, o ministro apontou para a baixa utilização da capacidade instalada, aliada a uma inflação cadente e aumento nas intenções de investimento. Com isso, será possível ampliar a produção sem pressionar os preços, disse.

Para ele, o mercado já antecipa a retomada do crescimento, citando a valorização dos ativos da Petrobras, Vale, Eletrobras na Bolsa de valores, e a queda na percepção de risco, que está em patamares iguais a quando o país tinha grau de investimento. “Não que vamos ter grau de investimento imediato, mas a percepção de risco é essa”, notou, lembrando que a Moody’s já melhorou a perspectiva de nota de crédito do Brasil. Dyogo citou a melhora em todos os indicadores de confiança, a safra recorde, a geração de empregos, aumento da massa salarial, queda no endividamento das famílias, e redução da inadimplência como fatores que contribuem para essa perspectiva de retomada. 



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