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Recessão de 11 trimestres leva a queda do PIB de 9%, maior já medida

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Dinheiro Público e Cia

Com os números recém-divulgados sobre o desempenho da economia ao final de 2016, a recessão iniciada há quase três anos atingiu marcas históricas.

De acordo com os critérios adotados pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o ciclo de empobrecimento do país completou 11 trimestres, com queda acumulada de 9% do Produto Interno Bruto, a medida da renda e da produção nacional.

Desde a década de 1980, quando começou a medição trimestral do PIB, só duas recessões são comparáveis: a de 1981-1983, quando a alta dos juros nos Estados Unidos tornou impagável a dívida externa brasileira, contraída nos anos de ditadura militar; e a de 1989-1992, quando o governo Collor confiscou dinheiro aplicado nos bancos para conter a hiperinflação.

Na primeira, que durou nove trimestres, o PIB caiu 8,5%; na segunda, foram 11 trimestres, com queda de 7,7%.

As comparações devem ser feitas com cuidado. Primeiro, porque as metodologias de apuração mudaram no período; segundo, porque o crescimento populacional era maior nas décadas passadas; isso significa que a redução da renda média por habitante podia ser maior.

Em todo caso, os números mostram que a recessão de 2014-2016 -considerando que ela chegou ao fim, como se espera- equipara-se aos eventos mais traumáticos vividos pela economia do país desde sua industrialização.

Ao contrário dos demais, ela não resultou de um choque brusco da política econômica ou da finança internacional. A crise cresceu gradualmente, a partir da expansão cada vez menos sustentável dos gastos públicos e da inflação, e contaminou a popularidade e a sustentação do governo Dilma Rousseff.



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