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Expectativa de inflação do consumidor deve seguir em queda, diz FGV

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

A mediana das expectativas de inflação dos consumidores deve continuar a cair nos próximos meses e sair da atual faixa de 7% para 6% no fim do primeiro semestre. A avaliação é do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Pedro Costa Ferreira. Ele fez a observação ao comentar a desaceleração do indicador anunciada nesta terça­feira pela fundação, de 7,9% para 7,6% entre janeiro e fevereiro, a menor taxa desde janeiro de 2015 (7,2%). Para o especialista, a queda na inflação dos alimentos, aliada às notícias sobre perspectivas de taxas mais baixas no IPCA nos próximos meses deve ajudar a reduzir ainda mais as expectativas de inflação do brasileiro. 

Ele lembrou que o começo do ano é historicamente conhecido por ser de “repique” inflacionário, devido à concentração de reajustes de tarifas e de outros preços, como mensalidades escolares. No entanto, isto não ocorreu em 2017, que apresentou cenário de preços mais baixos favorecido principalmente pela boa oferta de alimentos in natura. Na prática, o clima favorável aos hortifrutigranjeiros e a boa perspectiva de safra de grãos reduziu os preços e ajudou a conter o impacto, no orçamento do consumidor, dos reajustes de tarifas normalmente realizados no começo do ano. 

Ao mesmo tempo, o noticiário econômico mostrou ênfase no movimento de desaceleração do IPCA, indicador oficial de inflação. Ferreira chamou atenção para o fato de que, ao analisar a trajetória do indicador de expectativa de inflação entre as quatro faixas de renda, a que apresentou patamar menor foi entre famílias com renda acima de R$ 9.600 mensais, que têm mais condições de realizar investimentos e leem mais noticiário macroeconômico. Nesta faixa de renda, a expectativa ficou em 6,4% a mais baixa para famílias com esta renda desde janeiro de 2013 (6,1%). “As famílias nesta faixa devem ter lido muito sobre o IPCA e isto contribuiu para desacelerar o indicador como um todo”, avaliou ele. O especialista não descartou a possibilidade de o índice de mediana de expectativas de inflação como um todo continuar a diminuir, e se posicionar até o fim do ano próximo ao teto da meta inflacionária, de 6% ao ano. Isto porque não há, no momento, sinais de descontrole ou choque inflacionário que possam conduzir a pressões no bolso do consumidor. “Eu acredito que temos grande chance [de ficar próximo ao teto da meta]”, afirmou ele. 



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