Notícias
Juros futuros mantêm tendência e fecham em queda nesta segunda-feira
Veículo: Valor Econômico
Seção: Finanças
Os juros futuros fecharam em queda na BM&F, com o mercado ampliando as apostas em corte maior da taxa Selic neste ano diante do contínuo recuo das expectativas de inflação. Pesquisa Focus divulgada nesta sextafeira mostrou recuo das projeções de inflação, que já estão abaixo da meta, de 4,5%, para este ano. A mediana das estimativas para o IPCA para 2017 caiu pela sétima semana consecutiva, de 4,47% para 4,43%. Entre os analistas que fazem parte do grupo TOP 5, a queda foi ainda maior, com a mediana das projeções recuando de 4,42% para 4,26%. Já a mediana das estimativas para taxa Selic ficou estável em 9,50% para o fim de 2017 e em 9% para o fim de 2018.
A curva de DI mostra 18% de probabilidade de corte de 1 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária na quartafeira. A aposta majoritária é de uma redução de 0,75 ponto (82% de chance na curva de juros). A avaliação de economistas para manutenção desse ritmo é baseada na recente comunicação do Banco Central, que por enquanto não sinalizou nenhuma mudança de compasso. “Desta vez, está bastante comunicado que o ritmo de corte é de 0,75 ponto”, afirma Solange Srour, economistachefe da Arx Investimentos.
Na BM&F, o DI para janeiro de 2018 recuou de 10,565% para 10,54%, enquanto o DI para janeiro de 2019 caiu de 10,07% para 10,05%. E o DI para janeiro de 2021 passou de 10,27% para 10,25% . A expectativa de que o BC possa vir com comunicado mais “dovish” (voltado para o afrouxamento monetário) sustentou o aumento das apostas em uma queda maior da taxa Selic, com os investidores buscando capturar um recuo adicional dos DIs, ainda que a opção desta vez seja por um corte de 0,75 ponto percentual.
Para a economista da Arx Investimentos, é mais provável que o Banco Central estenda o ciclo de afrouxamento monetário do que acelere o ritmo de corte de juros, mas ele não deve sinalizar isso já no comunicado da próxima reunião do Copom. “Com a reforma da Previdência sendo bem encaminhada e as expectativas de inflação recuando, não descarto que um corte de 1 ponto percentual da Selic possa acontecer em abril, mas para isso precisamos ver uma variação de cenário e mais surpresas positivas”, diz. A Arx Investimentos prevê uma taxa Selic a 9% no fim deste ano e a 8,5% para 2018.
Segundo Solange, o avanço das reformas e as mudanças microeconômicas, têm contribuído para a mudança do ambiente de negócios no Brasil, com a melhora da percepção de risco que pode contribuir para a queda dos juros futuros com prazos mais longos.
O anúncio do novo acordo de acionistas da Vale hoje vai nessa direção e tem como objetivo tornar a empresa com controle difuso, sem acordo de acionistas e listada no Novo Mercado da BM&FBovespa. O anúncio foi visto de forma positiva pelo mercado como um todo.
Compartilhe:
<< Voltar