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Dólar sobe a R$ 3,22 com exterior, Bolsa cai, apesar de alta da Vale
Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Mercado
O dólar voltou a subir frente à maior parte das moedas nesta quarta-feira (18), à medida que se aproxima a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, na próxima sexta (20). Além da cautela dos investidores, a moeda americana se valorizou com dados americanos fortes sobre produção industrial e inflação ao consumidor.
No Brasil, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,30%, a R$ 3,2224; o dólar comercial, usado em contratos de comércio exterior, ganhou 0,18%, a R$ 3,2190.
A valorização da moeda americana foi atenuada pela rolagem de mais 12 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em fevereiro, em leilão realizado pelo Banco Central. A operação, no valor de US$ 600 milhões, equivale à venda futura de dólares ao mercado.
A rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem no próximo mês começou nesta terça-feira (17).
Outro fator de alta do dólar foram as declarações de John Williams, presidente regional do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) de San Francisco.
Williams disse nesta terça-feira (17) que ele vê boa chance de três elevações dos juros neste ano, mesmo sem os possíveis estímulos fiscais durante o futuro governo Trump.
O mercado financeiro aguardava ainda a divulgação do chamado Livro Bege, documento que reúne dados econômicos regionais coletados pelo Fed e o discurso da presidente do BC americano, Janet Yellen, em evento no início da noite desta quarta-feira.
Conforme o Livro Bege, divulgado na reta final do pregão, a melhora do setor industrial, a escassez de mão de obra e o crescimento do investimento do setor privado têm mostrado a saúde da economia americana e formaram o cenário para o Fed elevar os juros em dezembro.
No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou não estar preocupado com o dólar ou com a elevação de juros nos Estados Unidos pelo Fed. "É uma normalização, é parte do processo. Vemos como sendo normal e que deve ser gradual. Não é má notícia, é uma boa notícia", frisou.
Os juros futuros subiram, acompanhando o movimento do dólar e a cautela em relação a Trump. Neste mercado, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.
BOLSA
Em dia de vencimento de opções sobre índice, que movimentou R$ 308,35 milhões, o Ibovespa fechou em baixa de 0,32%, aos 64.149,57 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,5 bilhões.
"Os investidores estão receosos, à espera da posse de Trump e de suas primeiras medidas econômicas", afirma Alexandre Soares, analista da BGC Liquidez.
Os papéis da Vale destoaram do clima de cautela e subiram 3,33%, a R$ 29,44 (PNA), e 5,03%, a R$ 32,01 (ON), sendo as mais negociadas no pregão desta quarta-feira (18).
Além da alta no preço do minério de ferro na China, as ações da mineradora reagiram a uma possível migração das duas classes de ações da mineradora para apenas papéis ordinários (com direito a voto), conforme reportagem do jornal "Valor Econômico".
O atual acordo entre os acionistas do bloco de controle da Vale —Bradespar, BNDES, Mitsui e os fundos de pensão Previ, Funcef, Petros e Funcesp— vence em abril, e o novo pacto incluiria a classe única de ações, segundo o jornal.
A mudança pulverizaria o controle da mineradora e diluiria a participação dos atuais acionistas, o que é considerado positivo por analistas.
As altas do índice foram lideradas pelas ações PN da Bradespar, acionista da Vale, que subiram 6,64%.
Influenciadas pela queda do petróleo, as ações da Petrobras caíram 0,18% (PN) e 0,77% (ON).
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN recuou 0,78%; Bradesco PN, -0,99%; Bradesco ON, -1,07%; Banco do Brasil ON, -0,82%; e Santander unit, -3,66%.
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