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Varejo paulista prevê recuperação modesta em 2017

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil

O atraso na recuperação econômica e a instabilidade política não abalaram as expectativas de que 2017 será um ano de recuperação modesta para o varejo. Essa melhora, no entanto, depende da aprovação das reformas fiscais propostas pelo governo, como a PEC do teto de gastos e a reforma previdenciária. Na avaliação da FecomercioSP, esse quadro serve principalmente para o varejo paulista, mas pode ser transposto em grande medida para todo o país. A entidade calcula que o PIB de 2017 deve crescer 1%, taxa esperada pelo governo e considerada otimista pelo mercado. Em quatro semanas, a mediana das estimativas do boletim Focus para a alta do PIB em 2017 passou de 1,2% para 0,8%. 

Entre abril e novembro, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu em todos os meses, passando de 74,8 para 96,1 pontos. A estimativa é que, neste mês, o indicador chegue a 97,7 pontos. Como comparação, também entre abril e novembro, o Índice de Expectativas da Sondagem da Indústria da FGV ficou praticamente estável nos 88 pontos a partir de julho. No mesmo período, todos os outros indicadores da FecomercioSP apresentaram alta média de 16,95 pontos. Com os índices em alta, a entidade estima que o faturamento do varejo crescerá 1% em São Paulo e 2% no Brasil. "A gente está sendo realista. A recuperação vai ser lenta e gradual", diz Guilherme Dietze, economista da entidade. "A mudança do panorama político elevou o nível de confiança, o que não quer dizer que o consumo necessariamente vai crescer.

Ele destaca que a recuperação do setor tem, principalmente, um caráter cíclico, já que "a base estava muito baixa". O Índice de Intenção de Consumo de Famílias, por exemplo, atingiu 63 pontos em junho, o menor nível desde 2010. No entanto, outros fatores são essenciais para que a recuperação do varejo se confirme. O principal deles, para Dietze, é a implantação de fato do ajuste fiscal. Ele acredita que o governo, mesmo em meio às crises políticas recentes, conseguirá a aprovação tanto da PEC do teto de gastos quanto "de alguma" reforma da Previdência. "Isso vai garantir o necessário para a retomada do crescimento, que são os investimentos", diz. 

Dietze avalia que tais investimentos "são mais de longo prazo", mas defende que já contribuiriam para a retomada de dois dos fatores que mais influenciam o desempenho do varejo: emprego e renda. Em relação a um terceiro fator, o crédito, a entidade tem a visão mais pessimista que a do mercado. A expectativa é que a Selic termine 2017 em 12%, enquanto a mediana do Focus aponta recuo para 10,5%. 



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