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Ibovespa ganha mais de 1%; dólar muda de rumo, avança e supera R$ 3,35

Veículo: Valor Economico 

Seção: Finanças 

 O Ibovespa tem mais um dia positivo, com busca por risco nos mercados globais. O índice iniciou processo de recuperação em 17 de novembro e, desde aquela data, avança 4%. Mas o ganho ainda não mostra recuperação total após as perdas geradas pela eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. No dia 8 de novembro, data da eleição americana, o Ibovespa fechou cotado em 64.157 pontos. Um dia depois, começou a cair, afetado pelo evento americano. Para atingir aquele patamar, o índice ainda precisa subir mais cerca de 3%. 

Às 13h49, o Ibovespa ganhava 1,48%, para 61.972 pontos. Ações de empresas que vendem commodities são os destaques positivos. Subiam Suzano (6,25%), Vale PNA (5,63%), Fibria (4,98%), Vale ON (4,99%), CSN (3,75%) e Usiminas PNA (3,42%). Ontem, a Suzano anunciou novo aumento para o preço da celulose de eucalipto na China, diante das condições favoráveis do mercado. O reajuste será de US$ 20 por tonelada, elevando a US$ 550 por tonelada a cotação de referência no mercado chinês a partir de 1 de dezembro. 

Kroton ON avançava 5,76%. A empresa anunciou ontem que seu conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 122,4 milhões em dividendos a seus acionistas. O pagamento será feito em 25 de novembro a acionistas com posição em 16 de novembro. O petróleo tem um dia instável. A despeito disso, Petrobras PN subia 1,80% e a ON ganhava 1,56%. A empresa afirmou nesta manhã que as negociações dos termos e das condições relacionadas a potenciais transações de ativos entre a Petrobras e a petrolífera francesa Total estão “em estágio inicial”. Ontem, essa notícia também ajudou os papéis da companhia. 

Câmbio

O dólar chegou ao fim da manhã em alta contra o real nesta terça­feira, depois de ter caído mais cedo. As moedas emergentes de forma geral reverteram os ganhos e passaram a mostrar perdas, conforme os juros dos títulos do Tesouro americano tomaram fôlego e começaram a subir. Essa volatilidade, segundo analistas, deverá ser frequente nas próximas semanas, enquanto permanecerem incertezas sobre as políticas do presidente eleito dos EUA. A avaliação é que ao menor sinal pressão nos títulos do Tesouro americano o mercado de câmbio deve reagir com alta do dólar contra emergentes. O Banco Central já afirmou que poderá intervir novamente no mercado se necessário, mas não se espera que o BC altere a direção da moeda, mas sim suavize o movimento. 

Não à toa, investidores aguardam novas declarações do presidente do BC, Ilan Goldfajn, que profere palestra em Brasília. Antes, o chefe do BC almoça com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O mercado de câmbio deve entrar agora em modo de expectativa, já que o Banco Central fez hoje o último leilão para rolagem do vencimento dezembro de swaps cambiais tradicionais, que soma US$ 6,49 bilhões. A rolagem desse lote foi anunciada pelo BC no último dia 10, logo após o dólar fechar com alta de quase 5%, a maior desde outubro de 2008, auge da crise financeira de 2008.

Na ocasião, o BC previa manutenção do estoque de swaps cambiais tradicionais em US$ 24,106 bilhões. Mas a pressão sobre o câmbio se manteve nos dias seguintes e levou o BC a retomar ofertas líquidas desses contratos ­ o que não ocorria desde setembro de 2015. Hoje, o estoque está em US$ 26,559 bilhões. À medida que os mercados globais se acalmaram e o dólar passou a cair, o BC interrompeu as ofertas líquidas de swaps. Ao fim desse processo, no total a autoridade monetária vendeu 49.050 contratos, “injetando” no mercado de câmbio o equivalente a US$ 2,453 bilhões em cinco operações. Dados do BC mostraram hoje que, apesar da forte pressão sobre o câmbio nas últimas semanas, o Brasil registrou entrada líquida de dólares no período após a eleição de Trump. Às 13h52, o dólar comercial subia 0,13%, a R$ 3,3560, depois de oscilar entre R$ 3,3609 (+0,28%) e R$ 3,3297 (­0,65%). 

Juros

Depois de operarem em queda por toda a manhã, os juros futuros de longo prazo passaram a subir nesta terça­feira, conforme o dólar e os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA tomaram fôlego. O mercado segue vulnerável sobretudo ao ambiente externo, onde permanecem as incertezas em torno das políticas de Trump. O leilão de NTN­B realizado pelo Tesouro Nacional no fim da manhã sinalizou maior demanda por mercado por ativos que ofereçam proteção contra momentos de instabilidade. A NTN­B com vencimento em 2021, por exemplo, saiu com taxa média 7 pontos­base menor que a negociada no mercado secundário, indicação de demanda. No último leilão primário desse papel, ocorrido no dia 8 ­ portanto, antes da turbulência pós­eleição de Trump ­, a diferença entre as taxas média de venda em oferta primária e no mercado secundário foi praticamente nula.

Apesar do que alguns investidores classificam como “história positiva do Brasil”, o apetite mais comedido do estrangeiro pelo risco da renda fixa doméstica tem sido padrão durante o ano. Segundo o BC, os estrangeiros se desfizeram, neste mês até o dia 18, de US$ 2,41 bilhões em renda fixa brasileira, depois de retiraram, em termos líquidos, US$ 3,275 bilhões em outubro. No ano, a saída é de US$ 29,221 bilhões. Às 14h, o DI janeiro de 2021, mais sensível ao ambiente externo, subia a 11,890% ao ano, frente a 11,830% no ajuste da véspera e mínima hoje de 11,720%, menor patamar em 12 dias. 

O DI janeiro de 2019 tinha taxa de 11,710%, ante 11,700% no último ajuste e bem acima da mínima desta manhã, de 11,630%. E o DI janeiro de 2018 ­ que reflete as apostas para as decisões de política monetária do Banco Central de hoje até o fim de 2017 ­ indicava 12,150%, contra 12,200% no ajuste anterior. 

 



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