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'Fast fashion' e dólar fazem importação de roupas cair
Veículo: Folha de S. Paulo
Coluna: Mercado Aberto
A importação de roupas caiu 50% entre janeiro e setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2015. O país trouxe de fora US$ 980 milhões (R$ 3,155 bilhões) contra US$ 1,94 bilhão (R$ 6,25 bilhões) no ano passado.
Em número de peças, a queda é maior: 77% a menos. Os dados são do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Nos últimos dez anos, a tendência foi de aumento de importações. Em 2011, por exemplo, elas foram 65% maiores do que em 2010, entre janeiro e setembro.
O que continuou a ser importado são principalmente peças que têm uma produção tímida no país, especialmente as mais pesadas, de inverno, o que inclui as de couro, segundo Edmundo Lima, diretor-executivo da ABVTEX (associação do varejo têxtil).
A desvalorização do real e a recessão são responsáveis pelo movimento, ele diz, mas pode haver uma outra explicação: o "fast fashion".
"As lojas precisam trocar as peças com frequência alta nos pontos de venda e, para isso, a fonte de produção precisa estar cada vez mais próxima dos consumidores."
Um fortalecimento dessa tendência deve fazer com que os importados sejam essencialmente peças básicas.
O varejo e a indústria têxtil discutem investimentos em produção, de acordo com o executivo.
"As linhas de manufatura estão perto da plena capacidade. Se a crise diminuir e as vendas subirem, não vai haver abastecimento local."
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