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Governo Temer é mais mal avaliado por mulheres, aponta CNI/Ibope

Veículo: Valor Economico 

Seção: Política 

Até pouco tempo atrás sem mulheres no ministério, o governo Temer é mais mal avaliado pelo sexo feminino do que pelos homens, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça­feira. O índice destoa principalmente no percentual de mulheres que consideram o governo Temer péssimo: são 29%, frente a 22% dos homens. Embora a avaliação positiva do governo seja idêntica para os dois gêneros, de 14% de ótimo ou bom, as mulheres consideram a gestão pemedebista pior – 42% de péssimo ou ruim – do que os homens – 36%. 

O sexo masculino também está levemente mais otimista com o futuro do governo, com 26% de ótimo ou bom e 22% de péssimo ou ruim. Os números estão dentro da margem de erro mas, para as mulheres, a perspectiva da atual gestão é positiva para 23% e negativa para 26%. O pessimismo feminino se repete em todos os índices, desde a confiança no presidente Michel Temer, na aprovação da maneira de governar, nas políticas de juros, de combate ao desemprego, à inflação e à fome, na atuação nas áreas de segurança pública e saúde, na percepção negativa sobre o noticiário e na comparação com o governo Dilma. 

A percepção entre os dois gêneros só é semelhante apenas na avaliação das políticas de impostos – desaprovada por 78% dos homens e por 77% das mulheres – e de meio ambiente – rejeitada por 56% dos homens e 55% das mulheres. Temer foi bastante criticado por montar um ministério composto inicialmente apenas por homens. O ministro­chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse, na época, que a culpa era dos partidos, que não indicaram representantes do sexo feminino. “Em várias funções tentamos buscar mulheres, o que não foi possível”, afirmou. 

Renato da Fonseca, gerente­executivo pesquisa e competitividade da CNI, afirmou não saber se esse é o motivo da avaliação do governo e de Temer ser pior entre as mulheres. A pesquisa não fez perguntas para encontrar as causas dessa rejeição. “Verificamos isso nos resultados, talvez seja algo que possamos avaliar na próxima rodada”, disse. Depois de várias críticas, principalmente de movimentos feministas, Temer nomeou no começo de setembro uma mulher para a Advocacia­Geral da União (AGU), Grace Mendonça, escolhida no lugar de Fábio Medina, que saiu atirando e dizendo que o governo tentava, com sua demissão, “abafar a operação Lava­Jato”. 

A pesquisa, contudo, foi à campo depois da substituição na AGU. O Ibope entrevistou 2002 pessoas em 143 municípios entre os dias 20 e 25 de setembro, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Reformas

O governo Temer precisará melhorar sua interlocução com a sociedade, principalmente em relação às reformas pretendidas, para melhorar seus índices de aprovação. 

“O desafio do governo agora é esse, mostrar a sua agenda. Espaço a melhorar tem, até porque a popularidade é baixa. E o debate das reformas, que se denominam impopulares. Se não houver um debate esclarecido com a sociedade, isso pode ser visto negativamente”, disse Fonseca. “A maioria ainda acha que o governo é igual ao anterior, mas note­se que o debate sobre as medidas do governo está chegando à população”. A possibilidade de mudança nas regras da aposentadoria, com uma eventual reforma da Previdência Social, foi a notícia mais lembrada pelos entrevistados da pesquisa CNI/Ibope. Somam 10% aqueles que lembraram do tema quando questionados sobre o noticiário em relação ao governo. 

Nos índices de aprovação e popularidade, observou Fonseca, não houve mudança significativa em relação a junho, quando Temer ainda era interino no cargo. “Chama a atenção o alto percentual de pessoas que dizem não saber responder, que inclusive não tem acompanhado o noticiário sobre o governo [52%]”. 



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