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Confiança do micro e pequeno empresário volta a cair em setembro

Veículo: Valor Economico 

Seção: Brasil 

A confiança do pequeno e micro empresário voltou a cair em setembro, após melhorar nos quatro meses anteriores, com piora tanto nas avaliações quanto à situação atual, quanto em relação às expectativas. O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa de Varejo e Serviços (ICMPE) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) caiu 8,3% para 46 pontos em setembro, na comparação com agosto, quando registrou 50,17 pontos. Em setembro do ano passado, o índice marcava 37,6 pontos. 

Agosto foi o primeiro mês da série histórica em que a confiança superou o nível neutro de 50 pontos. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais confiantes estão os empresários. “O resultado interrompe uma sequência de quatro altas seguidas e reflete o clima de incerteza diante dos impasses políticos e econômicos que estamos vivendo”, afirma, em nota, o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. 

A consolidação da confiança é componente fundamental para o rompimento do atual ciclo recessivo, mas não acontecerá instantaneamente, diz Pinheiro. “Além da agenda do ajuste fiscal, o governo precisa liderar uma pauta de medidas que favoreça o empreendedorismo, retirando antigos entraves à atividade produtiva, como a rigidez da legislação trabalhista e a complexidade do sistema tributário.” O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. O primeiro caiu de 31,6 para 27,3 pontos. O número persiste abaixo do nível neutro de 50 pontos, o que significa que, para a maioria dos micro e pequenos empresários, a situação econômica do país e de suas empresas apresentaram piora nos últimos meses. Em termos relativos, 73,1% desses micro e pequenos empresários afirmam que a economia piorou no último semestre e apenas 8,1% relatam melhora. Em relação aos negócios, 63,1% consideram que houve piora nos últimos seis meses ­ proporção que era de 53,0% em agosto ­ e 11,6% consideram ter havido melhora. 

Expectativas

Já o Indicador de Expectativas recuou de 64,11 pontos em agosto para 60,0 pontos em setembro — apesar da queda, o número está acima do nível neutro. Sobre o futuro da economia, 46,7% dos empresários estão otimistas com os próximos seis meses e 22,6%, pessimistas. Já em relação ao próprio negócio, a proporção de otimistas sobe para 56,0% e a de pessimistas cai para 15,1%. 

A maior parte dos empresários otimistas com a economia não sabe, porém, explicar suas razões: dizem apenas acreditar que as coisas serão resolvidas de alguma maneira (39,8%). Há também os que mencionam a resolução da crise política (26,2%), e os que acreditam que a inflação será controlada e o país retomará a rota de crescimento (13,6%). Outro dado positivo da sondagem é que 44,9% dos empresários esperam um aumento no faturamento dos seus negócios e apenas 9,1% esperam uma queda nos próximos seis meses. 

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior.



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