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Expectativa de inflação terá fôlego para cair abaixo de 5%?

Veículo: Valor Economico 

Seção: Brasil 

Desde que assumiu o cargo, em junho, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, conseguiu reduzir a expectativas de inflação do mercado de 5,5% para 5,07%, segundo dados do boletim Focus. A questão, agora, é se as expectativas de inflação terão fôlego para cair abaixo de 5%. Na gestão de Alexandre Tombini, 5,5% eram vistos como uma espécie de piso para a queda das expectativas, porque muitos analistas percebiam esse percentual como a meta efetiva perseguida. 

Apenas em dois momentos o mercado acreditou que Tombini pudesse estar mirando inflação menor do que 5,5% no horizonte relevante da política monetária: no começo de 2012, quando o BC conduziu cortes profundos na taxa, e no primeiro semestre de 2015, quando o ex­presidente do BC teve sua temporada mais "hawkish". O efeito Ilan, que deu fôlego novo à credibilidade do BC, permitiu que as expectativas de inflação recuassem abaixo de 5,5%. Mais recentemente, porém, os progressos têm sido um pouco mais modestos, com as expectativas mais ou menos estáveis ao redor de 5,12%. 

Nesta semana, as expectativas de inflação voltaram a cair, de 5,12% para 5,07%. Em grande medida, o progresso reflete a surpresa positiva no IPCA­ 15, divulgado semana passada, além da retomada da tendência da valorização do câmbio após trégua nas incertezas sobre a alta dos juros nos EUA. A questão, porém, é se as expectativas vão continuar a cair, sobretudo depois que o BC indicou que 2017 será, com o passar do tempo, um alvo menos importante na estratégia de controle da inflação. O foco, segundo indicou, estaria se movendo para o primeiro trimestre de 2018. 

Os indicadores antecedentes de inflação ainda não permitem responder de forma definitiva se as expectativas de inflação podem cair abaixo de 5%. A média das projeções dos analistas recuou levemente, de 5,18% para 5,15%. Mas a média segue acima da mediana. Os chamados Top 5 de médio prazo, grupo de analistas que mais acertam as projeções, por enquanto não indicam tendência abaixo de 5%. A média de suas projeções segue em 5,55%, percentual muito alto, consistente com a meta de inflação percebida na maior parte da gestão Tombini. Quedas mais substanciais nas expectativas vão depender da melhora em fundamentos econômicos, como a aprovação de medidas de ajuste fiscal. Mas muitos analistas esperam o Relatório de Inflação para checar o grau de compromisso do BC com a meta de 2017 antes de projetar a inflação para o ano que vem.



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