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Receita da União voltou a decepcionar em agosto
Veículo: Valor Economico
Seção: Brasil
A arrecadação de tributos federais em agosto decepcionou. O governo acreditava que a receita de julho, que foi maior que a projetada inicialmente, marcaria uma reversão na tendência de queda, o que não se confirmou. Os dados preliminares, segundo apurou o Valor, mostram uma forte redução em termos reais (descontada a inflação) no mês passado, na comparação com agosto de 2015. Com isso, a projeção do governo para a arrecadação de tributos administrados pela Receita Federal no quarto bimestre (excluindo a contribuição para a Previdência Social), de R$ 123 bilhões, não foi alcançada. Houve frustração de mais de R$ 2 bilhões. De janeiro a julho, a arrecadação das receitas federais caiu 7,11% em termos reais.
Depois de amanhã, o governo terá que divulgar o relatório de avaliação fiscal relativo ao quarto bimestre. A questão que está colocada para avaliação da área econômica é se, diante da frustração de receita, há necessidade de um contingenciamento de dotações orçamentárias. Em caso afirmativo, seria o primeiro corte de gastos a ser feito pelo governo Michel Temer. O contingenciamento só seria evitado se tivesse ocorrido, em agosto, um aumento da receita não administrada obtida com concessões de serviços públicos, venda de ativos, royalties, dividendos de empresas estatais etc. , o que ainda não é conhecido.
Em julho, o desempenho melhor que o esperado foi devido, principalmente, ao aumento de 10,96% na arrecadação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Isso ocorreu, em parte, graças a uma receita atípica de R$ 2 bilhões, pagos por empresas do setor financeiro. Acreditavase, no governo, que resultava, também, de uma estabilização da atividade econômica. O índice de atividade econômica do Banco Central (IBCBR), divulgado ontem, surpreendeu negativamente, ao mostrar queda de 0,09% em julho, frente a junho. O mercado esperava uma alta, ainda que pequena.
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