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Dólar e taxa futura oscilam pouco antes de fala de Ilan

Veículo: Valor Economico 

Seção: Finanças 

O dólar e os juros futuros tiveram ontem mais uma sessão de oscilações moderadas, em meio ao mais baixo volume de negócios em uma semana. Esse quadro endossa a leitura de que o mercado segue em compasso de espera por importantes eventos nos próximos dias, evitando montar novas posições diante de amplas incertezas. A taxa do contrato de juros futuros da BM&F com vencimento em janeiro de 2021 subiu a 11,91% ao ano, frente a 11,87% do ajuste anterior. O dólar comercial caiu 0,16%, para R$ 3,2010. 

Os ativos podem mostrar alguma reação hoje às declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Recentemente, Ilan disse que o BC poderia atuar "com parcimônia" no mercado de câmbio, mas "sem ferir as premissas" do regime de câmbio flutuante. "O que o Ilan não pode fazer é deixar o mercado em dúvida", diz o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo, referindo­se às razões para a mudança recente na atuação via swaps cambiais reversos. A colocação desses papéis representa uma compra futura de dólares. 

No mercado, alguns analistas acreditam que a alteração no ritmo de oferta de swaps se deve ao fato de o real ter performado pior que seus pares. Mas há quem não descarte um nível de câmbio em que o BC se mostre mais confortável, especialmente para evitar qualquer repasse da desvalorização cambial aos preços, em um momento em que a autoridade monetária luta para conduzir as expectativas do mercado para a inflação de 2017 ao centro da meta. A política monetária, aliás, é outro ponto de grande atenção dos agentes. As recentes sinalizações do BC e também evidências de maior rigidez inflacionária têm levado investidores a ampliar as fichas na possibilidade de um afrouxamento monetário mais tardio. 

E o IPCA­15 de agosto, que será divulgado amanhã, pode mexer mais com as apostas. Estimativa de economistas ouvidos pelo Valor Data indica uma alta de 0,41% no índice. Uma surpresa negativa enfraqueceria a possibilidade de corte em outubro. Porém, ainda que o IPCA­15 venha mais baixo, dificilmente a ideia de alívio monetário a partir de agosto ganhará espaço. O Top 5 de médio prazo para Selic ­ grupo de analistas identificado pelo BC que mais acerta previsões para a taxa básica de juros em um período de tempo mais longo ­ elevou a estimativa para o juro básico. Agora eles veem a Selic estável em 14,25% ao ano até pelo menos dezembro. Uma semana atrás, viam redução de 0,50 ponto percentual até o fim do ano. 

No mercado de juros futuros da BM&F, investidores embutem 59% de probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom de outubro. No fim de setembro, a chance era de 67%. "O BC colocou grande peso no fiscal nas decisões de política monetária. E como tudo indica que o fiscal depende da definição política, devemos ver corte de juro, o mais cedo das hipóteses, em outubro", diz o diretor da Ativa Wealth Management, Arnaldo Curvello. 



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