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Turismo leva restaurantes e bares à conquista do "ouro"

Veículo: Valor Economico 

Seção: Notícias 

A Olimpíada vai deixar saudades entre os empresários de bares, restaurantes, hotéis e shoppings do Rio. Estes setores conseguiram medalha de ouro na tarefa de transformar em lucro o grande fluxo de turistas na cidade por conta dos jogos. 

Até o momento, bares e restaurantes notaram aumento médio de frequência, e de faturamento, em torno de 40% a 50% nas duas semanas desde o início do evento, ante igual período no ano passado, segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio). 

Já a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih­RJ) registrou taxa de ocupação média recorde de 95,4% em toda a cidade. Nos 39 shoppings da cidade aumentou em torno de 8% o volume de visitantes e comparado ao mesmo período em 2015, de acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). 

Mas não refletiu nas vendas. O setor de varejo amarga crescimento de vendas abaixo do esperado. Parece que os turistas esqueceram as compras e escolheram ficar mais nas praias, casas temáticas e competições. 

A estimativa do Ministério do Turismo é de que o fluxo de turistas nacionais e internacionais para Olimpíada tenha atingido 1 milhão de pessoas. E os bares e restaurantes não foram esquecidos por eles, segundo o presidente do SindRio, e sócio da rede de restaurantes Gula Gula, Pedro De Lamare. "O movimento aumentou absurdamente", disse o presidente do sindicato, que representa 13 mil estabelecimentos. 

Além da frequência maior, também favoreceu os ganhos dos empresários do setor, que fatura em torno de R$ 500 milhões ao mês no Rio: o tíquete médio do turista olímpico. 

Sem citar valores, pois o total não foi fechado faturamento durante os jogos, De Lamare afirmou que o turista dos jogos gasta em torno de 15% a 20% a mais do que o da Copa do Mundo. "A Olimpíada conta com turismo de famílias inteiras, bem como os que seguem equipes de esportes mais elitizados", lembrou. 

As casas temáticas também ajudaram os ganhos. Visitantes "esticaram" para bares próximos após visitar as casas, algumas com preços considerados mais "salgados", avaliou ele.

Outro ponto a favor foi o período médio de estadia dos turistas, de 14 dias. "É mais longo do que o de três a quatro dias, do Réveillon e do Carnaval", disse. 

Este tempo mais prolongado pode ajudar o setor no Rio, e a indústria do turismo no período pós­Olimpíada. Os turistas estrangeiros tiveram mais tempo para conhecer a cidade, com possibilidade de gostar e voltar. "Foi um alento para nosso setor, que vive uma crise muito grande", afirmou. "Após os jogos, voltaremos para a crise, mas mostramos que o Rio tem potencial", disse. "O desafio agora é estimular o desejo de voltar". 

O presidente da Abih­RJ, Alfredo Lopes concorda e classifica a Olimpíada como uma oportunidade para crescimento do turismo internacional, com a grande exposição do Rio no exterior. "Temos euro e dólar favoráveis [para turista estrangeiro], só falta investimento em segurança aliado a uma política contínua de divulgação no exterior", cobrou. "É absurdo que o Brasil tenha apenas 6 milhões de turistas estrangeiros ao ano", disse, lembrando que o Rio representa mais de um terço deste fluxo. 

O setor hoteleiro carioca dobrou a oferta de quartos em quatro anos, para 60 mil em 2016, devido à Olimpíada. "A taxa de ocupação foi excepcional. Em alguns bairros próximos às competições, como a Barra da Tijuca, chegou a 97%", acrescentou. A associação deve anunciar no final da semana qual será a projeção de taxa de ocupação média para setembro, e Paralimpíada. Historicamente, o próximo mês apresenta taxa em torno de 67% no Rio, mas Lopes não está preocupado com a queda na ocupação, entre um mês e outro. "O que estamos focados, agora, é elaborar estratégias para aproveitar esta mídia do Rio no exterior para que eles [os turistas] voltem", completou. 

E a economia de serviços carioca está atenta às perspectivas. Na segundafeira, a cidade receberá mais de 500 representantes do setor de Turismo de Negócios em evento para discutir os novos rumos do setor após a realização dos jogos. Entre os participantes estarão executivos do setor, de companhias áreas, de redes hoteleiras, entre outros. 



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