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Ibovespa recua e dólar sai na casa de R$ 3,18, como exterior no foco

Veículo: Valor Economico 

Seção: Finanças 

O Ibovespa tem uma manhã negativa, acompanhando as quedas do exterior. O índice da bolsa paulista cedia 0,37% às 13h20, para 58.925 pontos, com correções, depois de ter atingido ontem o maior nível desde setembro de 2014. Braskem recuava 3,92%, depois de ter disparado ontem. E CSN declinava 2,42%, após balanço trimestral, mas também num movimento de devolução de ganhos recentes. 

Petrobras chegou a cair nos piores momentos do dia, mas reverteu o movimento e subia. A PN tinha ganho de 0,73% e a ON subia 0,83%. O petróleo é negociado em alta. Em mineração, alguns papéis também chegaram a cair no pior momento da bolsa, mas mudaram de direção. Vale ON aumentava 3,42%, seguida no setor por Gerdau Metalúrgica PN (2,78%), Vale PNA (1,88%), Gerdau PN (0,93%) e Usiminas PNA (0,51%). O minério de ferro subiu 3% em Tianjin, na China. 

Além disso, no Reino Unido, as ações das mineradoras BHP Billiton e Antofagasta sobem. A BHP Billiton divulgou balanço nesta manhã, revertendo lucro para prejuízo de US$ 6,39 bilhões no ano fiscal de 2016. Mas os números ficaram em linha com o esperado pelo mercado. O Credit Suisse comenta em nota que a empresa deu declarações positivas para o setor, o que ajuda as ações. Segundo a companhia, há a sensação de que os preços pararam de cair. Fora do Ibovespa, Gol PN tinha elevação de 3,35%. A Gol apresentou no segundo trimestre deste ano um balanço com lucro líquido superior ao esperado por analistas de mercado e receita um pouco abaixo das projeções, em um desempenho influenciado positivamente pelos ganhos financeiros proporcionados pela valorização do real ante o dólar na comparação entre o segundo trimestre deste ano e igual período de 2015. 

Câmbio

O dólar praticamente zerou as perdas frente ao real nesta terça­feira, acompanhando o fortalecimento da moeda no exterior após comentários de um membro do Federal Reserve (Fed, banco central americano) servirem de lembrete sobre riscos de alta de juros nos Estados Unidos ainda neste ano. O noticiário intenso reforça as atenções para a ata da última reunião de política monetária do Fed, a ser divulgada amanhã. 

Em entrevista à rede Fox, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, disse que a taxa de juros americana pode ser elevada já em setembro, conforme o mercado de trabalho se mostra mais apertado e aumentam evidências de ganhos salariais. “Estamos nos aproximando de um ponto em que será apropriado, acho, subir mais a taxa de juros”, afirmou Dudley, que vota no Fomc ­ comitê do Fed que decide o rumo da política monetária americana. As afirmações deram impulso ao dólar em todo o mundo, após uma manhã de quedas para a moeda americana na esteira do conteúdo de carta assinada pelo presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams. No texto, Williams disse que os bancos centrais deveriam elevar as metas de inflação, dar mais foco ao crescimento econômico e apoiar políticas fiscais mais expansionistas no futuro. Williams não vota no Fomc neste ano. 

O dólar ganhou força adicional com dados americanos, com o aumento no número de novas construções nos EUA e o avanço da produção industrial em julho. No Brasil, a moeda vem de uma sequência de três altas, com o Banco Central (BC) reforçando as intervenções no câmbio em meio à sinalização do governo de maior atenção a uma excessiva valorização do real. 

Às 13h26, o dólar comercial caía 0,03%, a R$ 3,1862, depois de ir a R$ 3,1882 na máxima (0,03%). Na mínima, a cotação ficou em R$ 3,1556 (­0,99%). No mercado futuro, o dólar para setembro cedia 0,25%, a R$ 3,1960. 

Juros

Os juros mais longos voltam a cair levemente, em linha com o ambiente global. O movimento é limitado, no entanto, pela expectativa pela ata do Fed, a ser divulgada amanhã. E, principalmente, por causa da espera pela definição do cenário político doméstico ­ o que permitirá, na visão dos profissionais, que tanto o ajuste fiscal quanto a política monetária sejam desamarrados. As recentes declarações do presidente do BC, Ilan Goldfajn ­ de que a autoridade monetária monitora um conjunto de modelos e variáveis para definir o rumo dos juros ­, reforçaram a ideia de que o ciclo de alívio monetário poderá começar a partir de outubro. Mas isso depende do encaminhamento do ajuste fiscal e, antes disso, do encerramento do processo de impeachment. “Até lá, o mercado vai reagir ao exterior, mas sem assumir grandes posições, o que explica o volume limitado de negócios”, define o especialista.

O leilão de NTN­B de hoje, no qual o Tesouro não vendeu a oferta integral, ilustra bem esse momento. As taxas pagas caíram em relação à oferta anterior. Mas o volume vendido ficou aquém do ofertado, e foi menor do que o observado no leilão anterior. O Tesouro vendeu 15.100 títulos com vencimento em 2055 à taxa de 5,65%, abaixo do retorno de 5,76% pago no leilão do dia 2 de agosto. Mas, na ocasião, foram vendidos 134.200 unidades e, hoje, apenas 15.100. Já no caso do papel para maio de 2035, o Tesouro pagou hoje 5,67%, ante 5,87% na operação anterior. Hoje, o Tesouro vendeu 112.850 títulos desse vencimento, abaixo dos 142.600 unidades vendidas no leilão do começo de agosto. 

Às 13h27, DI janeiro/2021 era negociado a 11,85%, ante 11,86% no ajuste de ontem. DI janeiro/2019 era negociado a 12,10%, ante 12,08%; e DI janeiro/2018 operava a 12,70%, de 12,65%. 



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