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Dólar perde força, mas fecha a R$ 3,272

Veículo: Valor Economico 

Seção: Finanças

Apesar do comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) ter reforçado a sinalização de que o banco central americano ainda avalia subir a taxa básica de juros neste ano, a reação dos mercados foi moderada. Investidores ainda esperam sinais mais contundentes de aceleração da atividade econômica e, por tabela, da inflação e não veem grandes chances de uma elevação no curto prazo, o que mantém o ambiente favorável para busca de ativos de maior retorno. E o Brasil, com a terceira maior taxa nominal de juros do mundo, é um mercado atrativo para esses investimentos. No mercado local, depois de negociar a R$ 3,2954 na máxima intradia, o dólar comercial desacelerou a alta após o comunicado do Fomc e fechou com ligeira valorização de 0,06%, a R$ 3,2724. Já os juros futuros fecharam em alta na BM&F, mas longe das máximas. O DI para janeiro de 2021 avançou de 12,04% para 12,05%.

Para o estrategista­chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) está preparando o terreno para subir a taxa de juros neste ano, mas ainda não deu sinais de que isso possa acontecer na próxima reunião, em setembro. A curva dos Treasuries apontava para maior probabilidade de uma alta de juros apenas em dezembro. "A avaliação do Fed é que o mercado de trabalho se fortaleceu. Por outro lado, ele avalia que a economia continua se expandindo a taxa moderada", diz. O economista da GPS Investimentos, empresa do grupo Julius Baer, Gabriel Fongaro, afirma que o comportamento do mercado embute algum risco, já que os dados de atividade, inflação e emprego podem vir melhores que o esperado. Para Fongaro, se os dados vierem mais sólidos, não se pode descartar que o Fed seja mais explícito no simpósio anual que acontece em Jackson Hole e aponte que uma alta de juros pode ocorrer ainda em 2016. "Isso provocaria ajustes de preços e geraria volatilidade nos mercados, com efeito claro de valorização do dólar", diz. 

O efeito disso para os mercados emergentes, contudo, vai depender das políticas monetárias dos demais bancos centrais. O mercado aguarda a reunião do Banco do Japão (BoJ) que começa hoje. Investidores esperam o anúncio de mais medidas de estímulo no Japão e na Europa, prevendo um corte de juros no Reino Unido em agosto. "Se os bancos centrais japonês e europeu surpreenderem o mercado com o anúncio de medidas de estímulo acima do esperado, isso pode manter o otimismo em relação aos ativos de países emergentes", diz Rostagno, do Mizuho. 



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